2022 - Cláudia Paiva Silva

Friday, November 18, 2022

A Hipocrisia dos Direitos Humanos
November 18, 20220 Comments



Falamos de Fado, Futebol e Fátima (ou qualquer forma de religiosidade) e parece que o mundo desaba. 

Contudo, parece que à luz do conhecimento atual, e por atual entenda-se, do último ano (porque o ano e meio de pandemia era como se o tempo tivesse parado e até tivéssemos regredido cultural e socialmente), começámos a ganhar um entendimento generalizado do que são os Direitos Humanos. 

Parece-me inconcebível que só agora, só nesta semana, na qual voltamos a ter certezas sobre aquilo que a maioria dos agentes das nossas forças de autoridade e, suposta, proteção, pensa sobre grande parte da população que habita no país, portugueses ou não, é que nos lembramos que em alguns países do Médio Oriente, independentemente de serem mais ricos ou mais pobres, não são assegurados os Direitos mais básicos a que todos deveríamos ter acesso ou direito.

Afirmar que "em nome do futebol" podemos fechar os olhos, como se fosse uma justificação, ou que, "é lá da cultura "deles"", é estarmos a compactuar com a situação. É estarmos a aplaudir, a aceitar e, pior, a normalizar a situação. 

Atitudes destas, afirmações como a de um Presidente da República, claro que irão repercutir em movimentos xenófobos, além de apenas refletirem uma profunda falta de respeito (e eventualmente de conhecimento e educação) perante determinada comunidade ou país. Faço-me entender: no Irão, a sociedade é, na sua larga maioria, contra o regime atual, contudo, é fácil encontrar aqui (no chamado "mundo ocidental") quem diga que o problema dos jovens, ou das jovens iranianas, não é um problema, mas sim uma questão cultural. Não é - a cultura de um país, que pode ser usada em prol político ou de restrição de, cá vamos nós, liberdade ou direitos humanos, não pode ser bode expiatório para justificar determinadas ações de um governo. É preciso conhecer bem os detalhes culturais e não generalizar. O que apenas se quer ou deseja, é que haja uma hipótese de escolha a essa imposição cultural governamental. 

Isto foi apenas um exemplo.

Perceber agora que aqueles países, construídos a partir do nada, no meio do nada, derivados de famílias e sultanatos, cuja forma de fazer negócios poderá ser colocada em causa, onde os direitos das mulheres continua a ser algo inexistente e, onde, claramente, as camadas mais pobres, são maltratadas, não tem aplicados os Direitos Humanos é apenas hipócrita. 

Referir aqui, hoje, em Portugal, que o Mundial de Futebol, realizado no Catar, onde por acaso já moram muitos portugueses (e possivelmente ainda irão morar mais nos próximos anos devido às possibilidades de emprego, que aqui, simplesmente não existem), é um exemplo de "horror", é hipócrita. 

Sabendo isso, a única coisa que podemos fazer, no caso, é não ver os jogos, é não continuar a contribuir para este negócio da bola, que parece servir como uma desculpa, devido à nossa própria cultura (desportiva?) - um bocadinho como acontece com a tourada, sabem? Ou com a questão das alterações climáticas - sabemos que temos de mudar os nossos hábitos de consumo, mas na verdade não iremos abandonar os nosso estilo de vida, porque, no fundo, não nos dá jeito. 

É tudo uma questão cultural, muito enraizada. Uma hipocrisia de 3 F's. 



Reading Time:

Thursday, November 03, 2022

Skincare a olhar a Natureza por Catarina Barbosa
November 03, 20220 Comments




De Lisboa para Vila Nova de Milfontes, Catarina Barbosa fez da sua sua carreira em Engenharia Química, uma forma de dedicação à formulação cosmética, a sua real paixão. O resultado, após uma série de processos necessários à instalação bem sólida da sua marca e garantindo os vários certificados, foi o lançamento da CATARINA BARBOSA skincare cujo primeiro produto a ser comercializado foi batizado de "Amália". Este óleo, rico em propriedades anti-inflamatórias e hidratantes, cujos extratos destacados passam por Edelweiss e Figo da Índia, apresenta, tal como os restantes produtos da linha de cuidados de pele, um nome tipicamente português, em homenagem clara às grandes mulheres que fizeram a diferença no nosso país. 

Ao mesmo tempo que a marca apresenta um leque muito completo para tratamento no feminino, apresenta também, como principal cuidado, o equilíbrio para com a Natureza, tentando utilizar o máximo de ingredientes de origem natural Falamos aqui de sementes, Bakuchiol (a atual alternativa ao retinol para peles mais sensíveis), colagénio e ceramidas vegetais, enzimas de papaia e ananás, aloé Vera, argilas várias, casca de salgueiro, que permite uma proteção aos raios Ultravioleta, aveia, entre tantos outros. Obviamente que uma maior conservação dos produtos finais necessita de restante composição química laboratorial, mas sempre respeitando a pele e, principalmente, respondendo às vastas solicitações de clientes cada vez mais preocupados com o meio ambiente. 


Na linha cosmética, além do óleo Amália, temos também o Sérum Maria, Essência Eunice, a Máscara Enzimática Florbela, óleo de limpeza Isabel, Bálsamo Simone e a Máscara Detox Carolina. Estes produtos são feitos com combinações naturais que se adaptam naturalmente à pele e às suas necessidades, correspondendo a hidratação, nutrição, proteção (da barreira cutânea), renovação celular e brilho natural, todos correspondendo a uma pele que se pretende saudável. 

Dando como exemplo a Máscara Detox Carolina, a sua combinação de água e carvão ativado, bem como com argila Rhassoul, Kaolin e Bentonite, garante propriedade de adsorção, reduzindo o tamanho dos poros, limpando a pele e removendo toxinas, sebo e poluição, promovendo a circulação cutânea. A presença de aloé Vera, garante uma ação calmante, após o efeito de esfoliação física. 
Já o óleo Amália, rico em salgueiro branco, apresenta desta forma uma esfoliação química, em alternativa ao ácido salicílico, essencial para uma renovação celular a um nível mais profundo da pele, criado em perfeita harmonia para maiores sensibilidades. 
Outro produto muito escolhido entre clientes, é o sérum Maria. A sua textura em gel é de rápida absorção, atuando como hidratante, reequilibrando o brilho, retendo a água na pele, sendo rico em ceramidas, glicose e frutose, que melhoram a barreira cutânea e prebioticos, que permitem uma proteção a patogénos indesejados e prejudiciais. 




7 produtos, múltiplas funções e objetivos, feito em Portugal, olhando para as pessoas, as suas necessidades diárias, com ingredientes que respeitam a sustentabilidade ambiental. 

Uma cosmética essencial nos dias que correm..


Reading Time:

Sunday, October 09, 2022

Terra de Lobos Marinhos, Pescadores e Sonhos de Mar
October 09, 20220 Comments


Câmara de Lobos, a apenas 9 Km do Funchal, é considerada uma freguesia dos subúrbios da cidade. Mas não se deixem iludir. A sua proximidade não faz com que esta zona da Madeira seja mais urbanizada, pese o crescente desenvolvimento da região, nem a designação "suburbana" a torna menos importante. Será sim, também, a sua tipicidade, as suas gentes, os seus bons e menos bons momentos e histórias que tornam esta povoação, única.


Descoberta por Gonçalves Zarco, na exploração a Oeste e Sul da Madeira, ganhou o nome pelo número de lobos marinhos que habitavam a pequena reentrância rochosa do mar, a qual dá origem à pequena baía. Facilmente habitável, pela serenidade da sua morfologia vulcânica, era terra de pesca e agricultura, que se mantém até aos dias de hoje. E se bem que as tradicionais bananeiras se tornassem parte da paisagem em terraços e fonte de rendimento, não restam dúvidas que serão sempre as pequenas ruas populares, agora mais propícias ao turismo, que captam a nossa atenção. 

Local visitado e pintado em aquarela por Churchill, que esteve na baía em 1950, Câmara de Lobos, também é terra de aromas e paladares. Diz-se que aqui se faz a melhor poncha da Madeira, a melhor espetada tradicional e claro, se comem as melhores lapas regadas com sumo de limão. 

Um regalo à nossa vista, além da visão e cheiro a Mar, passa também pelo contínuo trabalho feito pela freguesia. No lema em relação à sustentabilidade e ambiente, e educando transversalmente todas as gerações, apresentam-se de forma original trabalhos onde os resíduos tradicionais, como garrafas, caricas, antigas redes de pesca, plásticos vários, e até mesmo tecidos, são usados como elemento chave. O resultado é o engalanar das ruas, a chamada de atenção a um problema que começa a afetar todos. 

Apesar das suas possíveis vicissitudes, combatidas pela resiliência de um povo, esta terra antiga e histórica, com gentes de pele curtida e marcada pelo Sol, e muitos mais jovens com tanto para oferecer, é uma terra de Amor. Porque quem lá vai quererá voltar, porque há locais que nos marcam os sonhos e a vontade de simplesmente ... estar... 








Reading Time:

Wednesday, October 05, 2022

Guerlain, O sentido do Olfato, uma história de Aromas
October 05, 20220 Comments



Dispensando artifícios, não se pretende uma exaustão na descrição de como a história desta marca começou, mas sim, enaltecer a evolução dos cheiros, fragrâncias tão especiais, até às mais recentes coleções. Porque a Guerlain, mais do que uma marca de luxo, é uma aventura sensorial, que nos faz viajar até ao Extremo Oriente, Índia, ou simplesmente aos campos perdidos em flores do sul da França. 

Fundada em 1828 em Paris por Pierre Guerlain, médico e químico, numa das, já então, zonas mais nobres, veio a tornar-se em uma das principais marcas internacionais ao longo dos seus 190 anos. Não será necessário explicar que Pierre Guerlain cresceu não apenas pela sua imensa capacidade enquanto perfumista, usando elementos únicos, como por também se ter tornado num dos mais influentes perfumistas das cortes europeias. Pierre não só começou a produzir as suas próprias fragrâncias originais, como também se estabeleceu como perfumista oficial da Rainha da Bélgica. E ao converter os frascos mais simples em obras de arte francesa, usando os conhecimentos dos vidreiros da casa Pochet du Courval, para criar aquela que viria a ser a imagem e assinatura da própria Guerlain, com símbolos nacionais franceses, e o desenho de abelhas, qual bordado vivo em vidro, tornou-se igualmente um exemplo de como a Arte e o Design, se podem complementar totalmente à arte de criar perfumes. 

Sob este signo de luz e Natureza, a Guerlain passa por uma evolução clara e a passo firme, através da família que lhe deu vida. Depois de Pierre, foram Gabriel e Aimé, seus filhos, que assumiram a gestão e controlo da empresa, numa sucessão natural familiar, tal como se torna a utilização de elementos cada vez mais naturais para as novas criações. 

Não falamos apenas de fragrâncias femininas. A Guerlain estabelece-se e afirma-se também como um nome de aromas masculinos e Orientais. Ao mesmo tempo vai ousando e experimentando outras áreas. Apanhando os pigmentos em tons ocre para os seus primeiros produtos de maquilhagem, cria o nome que se torna numa referência na cosmética, Terracotta. 

Hoje, continuamos a reconhecer a marca Guerlain como um símbolo de beleza mundial, caracterizando-se pelos novos padrões que a sociedade exige, a sustentabilidade, a proteção ambiental, mas claro, também pela sua capacidade de reinvenção, com novos tratamentos e cuidados de pele e rosto, estudos de regeneração celular e, principalmente, a exclusividade. 

Aqua Allegoria, lançada em Maio de 2022 é um desses exemplos. Uma seleção de quase 10 fragrâncias para cada tipo de mulher, tornando cada uma única, especial e original. Aromas florais, notas de frutadas e madeiradas, numa explosão e tributo à Natureza que cada vez mais se torna parte indistinguível da própria marca. 

Contudo, sempre lembrando também as suas raízes, o amor e a relação às Artes, surge agora L'art & La Matière. Uma coleção ainda mais singular, onde o recurso a especiarias, cereais, incorporação de grãos torrados de café, madeiras, com intensidades fortes, se torna perfeita para esta nova época do ano.


Dos perfumes e colónias intemporais, únicas, aos tons ocre a rosas vivos e vermelhos hipnóticos, pequenas pérolas "meteóricas" cor de pêssego ou angelicais, aos detalhes da personalização dos frascos imperiais, a Guerlain é definitivamente uma marca de luxo, onde cada objeto adquirido faz parte da própria História de Arte. Onde cada um de nós. se torna guardião de objetos únicos e exclusivos. 


 

Reading Time:

Saturday, September 03, 2022

Covi-Lã
September 03, 20220 Comments


Foto de Jorge Vieira
Arte Urbana de REGG

O Turismo pela Lã

Fábricas e Museus. Unidades industriais e empresas a laborar. 365 dias por ano, numa procura em dinamizar e promover os produtos de origem nacional, numa rede dedicada ao Turismo Industrial. 

Nesta premissa, as pessoas, as terras e as fábricas contam a História do nosso país, muitas vezes relacionadas com episódios políticos que transformaram a vida dos seus protagonistas.

Por outro lado, hoje em dia, as fábricas que ainda resistem à galopante globalização, lutando por manter trabalhadores e garantir justiça salarial, mostram-se também cada vez mais focadas num compromisso com o meio ambiente, procurando soluções sustentáveis onde a Economia Circular e Reciclagem se tornem mais do que apenas meras palavras. 

Nesta passagem de saberes e tradição, de norte a sul de Portugal, teria de caber obrigatoriamente aquela que foi a maior fonte de rendimento às famílias serranas da Covilhã durante os séculos XV e XVI, prolongando-se até ao século XX - a indústria de lanifícios. Um património ainda hoje vivo e que reflete a modernidade que acompanha a necessidade e demanda de clientes igualmente mais exigentes. Mantendo a qualidade, mas olhando para o bem da comunidade e do espaço onde se insere. 

Integrado num conjunto museológico, recuperaram-se a Real Fábrica de Panos, inaugurada em 1764 (onde se encontram as tinturarias e onde atualmente se encontra sediado o Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior), a Real Fábrica Veiga, cuja abertura ocorreu em 1784 (dedicada à fiação) e ainda a Fábrica Campos Melo e a Fábrica Velha, todas impulsionadas e fundadas por cristãos-novos, tornando a cidade da Covilhã num dos maiores centros industriais do país, logo a seguir do Porto e de Lisboa. De forma irónica, entre 1700 e 1755, por via da Inquisição, muitos destes financiadores foram presos, acusados de judaísmo; mais uma revanche pela presença de grandes comunidades judaicas da região serrana e fronteiriça, mas principalmente pela sua clara importância e influência nos negócios e decisões da Monarquia e Estado, desde a época da Expansão Marítima. 

Contudo, com as transformações impostas pelo Marquês de Pombal, o crescimento da indústria tornou-se mais notório e nem mesmo a Revolução Industrial já no século XIX fez oscilar a sua grandiosidade. Numa época em que as grandes máquinas trabalhavam com energia a vapor, a fábrica António Pessoa de Amorim constrói as primeiras rodas hidráulicas - convém não esquecer que grande parte da indústria se localizava juntos dos principais cursos de água que descem da Serra da Estrela. A energia hidráulica ganha assim a corrida e torna-se um exemplo na engenharia e tecnologia nacionais.

Já durante o século XX, os eventos bélicos e a política nacional, acabam por transformar as vidas, as necessidades e a economia do país, levando também ao um decair na produção. Ainda assim a Covilhã consegue manter-se e torna-se hoje um destino para designers nacionais e internacionais que procuram os melhores materiais e o melhor fabrico, garantindo não apenas o conhecimento da origem dos produtos ao cliente final como proporciona uma retoma de atividade económica e manutenção de postos de trabalho. 


Lã Ecológica

Na sequência de um maior compromisso ambiental, característicos dos tempos que atravessamos, e tendo em consideração que a indústria têxtil é das mais poluentes aos ecossistemas aquáticos e marinhos (ciclo hidrológico), algumas empresas já apresentam igualmente respostas adequadas ao tratamento dos seus resíduos. No que concerna a água, são usadas estações de tratamento  que possibilitam a reutilização do recurso novamente para a operação de fabrico de tecidos. Por outro lado, também já começam a haver linhas de fiação cuja produção provém a 100% do desperdício têxtil (fios, tecidos e malhas vários, restos de rolos). É disto exemplo a fábrica J Gomes, também localizada na Covilhã. Neste polo, recolhem-se e separaram-se os desperdícios, por qualidade de peças e cores. Desta forma, deixa de ser preciso tingir os fios para as tonalidades definidas e pretendidas. Após o processo de reciclagem, inicia-se a transformação das fibras recicladas ou virgens em fios que podem ser aplicados em inúmeros produtos, quais como luvas, cachecóis, meias, mantas. Nestas circunstâncias a empresa são usa corantes nem produtos químicos sintéticos e não existe desperdício de água, tal como os plásticos e cartonagem associados são recolhidos e seguem diretamente para centros de reciclagem. Após ter sofrido uma paragem temporária devido a um grande incêndio já no Inverno passado, a J Gomes, pauta-se por ser então, desde os anos 70, um exemplo a seguir no caminho para a sustentabilidade industrial.


Turismo Industrial e o caminho a seguir

Lanifícios, azeite, vinho, passando pela extração de sal e outros recursos, a reabilitação de zonas mineiras para transformação em zonas e espaços educacionais, os Geoparques (UNESCO), as rotas turísticas portuguesas, incluindo o turismo religioso, são alguns dos exemplos do que pode ser feito de melhor em Portugal no que diz respeito ao Turismo. Verificou-se pelas piores circunstâncias que a subsistência apenas relacionada com sol e praia, não é resposta, ou pelo menos, não será a única resposta a um desafio económico indispensável ao nosso país. Falamos de Portugal continental e também das Regiões Autónomas, que possuem igualmente um imenso potencial, muito além do típico turismo relacionado com a Natureza. Na mesma proporção, é preciso ter consciência que o próprio turismo deixa inegavelmente uma forte pegada ecológica (e que com isso haverá pegada em carbono) e há que se fazer trabalhos de acompanhamento de forma a mitigar seriamente estas situações. Por outro lado, é igualmente necessário um maior compromisso no que toca à recuperação das infraestruturas há muito abandonadas, mas que podem e devem integrar os guias de Turismo Industrial, não apenas por uma questão histórica, mas também por uma questão de manutenção da memória coletiva das cidades e vilas, que têm o seu crescimento (para o melhor e pior) invariavelmente ligados aos movimentos fabris. 

No final do dia, o Turismo Industrial é bem mais do que passear e conhecer a nossa história e arqueologia industrial. É acima do mais, caminhar pela construção e evolução das cidades que levaram também à construção económica do nosso país.

Reading Time:

Tuesday, August 09, 2022

Ao sabor do Sal
August 09, 20220 Comments


Sal a Sul - Paulo Couto

Numa nova abordagem ao turismo nacional, o Turismo de Portugal apresentou durante a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) um novo roteiro dedicado ao Turismo Industrial.

Através deste, qualquer pessoa poderá conhecer mais e melhor sobre alguns dos principais setores técnicos e industriais, que são também cartão de visita do nosso país. São vários os temas e as visitas possíveis, não esquecendo os produtos chave das regiões nacionais ou mesmo as paisagens e geomorfologias que caracterizam cada área visada.

Dentro destes destinos, as salinas portugueses nas orlas marítimas destacam-se nomeadamente pela sua descrição e beleza, e ocupação natural do território, criando ecossistemas únicos e paisagens incríveis (Rio Maior caracteriza-se por ser a única salina interna do continente, cujo teor de sal resulta ainda da geologia Hetangiana/Jurássica e não pela influência do mar ao passo que em Loulé e Torres Vedras, a extração do sal resulta a partir das minas de sal-gema, também da mesma idade geológica). Desta forma, a grande parte das salinas ou salgados, resulta da ação direta das marés, às quais se juntam os balanços apropriados entre a evaporação da água e a deposição do sal. 

Caídas em esquecimento nas últimas décadas, a maioria das salinas encontravam-se ao abandono, criando imagens por vezes desérticas, considerando a menor entrada de água pelas condutas típicas. Por outro lado, as principais produtoras, em Aveiro e no Algarve, transformaram-se e reabilitaram-se, não apenas para consumo interno e exportação, mas principalmente por saberem a importância de identificar e reconhecer a necessidade de mudança e inovação do setor, procurando responder às novas tendências do mercado. Além da alimentação e conservas, junta-se também uma série de produtos cosméticos, a criação de espaços museológicos, spas salinos e parcerias com outras indústrias, empresas e também restaurantes e lojas gourmet, gerando-se assim um novo ciclo de vida a produtos de alto valor e que tornam o sal uma marca por si só. 

Do tempo dos Fenícios que trouxeram consigo a arte da salga em pleno século VIII a.C, aos reticulados e ao "salário" romano, passando a ser uma poderosa moeda de troca durante a Expansão, o sal é, ainda hoje, um dos principais recursos naturais do mundo. 

Uma rota menos usual e mais longínqua da capital, leva-nos a Castro Marim, vila algarvia junto à língua do Guadiana na raia com Espanha. 

Sal a Sul - Paulo Couto

Sede da Ordem de Cristo em 1319, tornou-se um dos principais pontos de defesa militar a sul do território. Contudo, o clima áspero e mais árido, seco, ao longo de quase grande parte do ano, levou ao despovoamento até à época da Expansão Marítima, voltou a colocar Castro Marim na geografia geopolítica do Sul, em passagem para o Mediterrâneo. Não é assim de estranhas que os seus habitantes tenham beneficiado em genes, os conhecimentos, saberes e tradições das influências de outros povos, que não apenas dos que foram donos e senhores a seu tempo da região, mas também dos forasteiros, fosse por trocas comerciais, ou apenas em caminho para outras terras. 

Primeiro trabalhadas pelo homem, geralmente os condenados a desterro, as salinas de Castro Marim são referenciadas desde o século XIII. Hoje em dias são homens e mulheres que realizam a recolha do sal manualmente.

O sal marinho, é recolhido à mão, através de técnicas tradicionais e ancestrais, resultado da interação das marés, do vento e evaporação. Forma-se no fundo do talho (as divisões compartimentadas de variada dimensão, geralmente forradas a argila), onde vai engrossando. A crosta de sal é então partida, empurrada e lavada na sua própria água, sendo amontoada em pirâmide até secar.

Já a Flor de Sal, é a película fina de cristais primários que flutuam e cristalizam na superfície das águas, gerando um coalho. Este é então recolhido com instrumentos especiais, sem tocar no fundo, evitando não apenas o sal grosso como também as areias e argilas negras, ricas em matéria orgânica. 

Embora seja o sal marinho e a flor de sal os mais procurados e conhecidos, em termos de caracterização, podemos ter outros tipos de sal - em Castro Marim, também se encontra disponível o "sal líquido" que resulta da filtragem das águas-mães e serve para borrifar saladas e outros pratos de forma mais fácil. 

Cada tipo de sal, devido às suas origens, irá possuir concentrações diferentes em elementos químicos, todos essenciais ao nosso organismo. Por exemplo o sal light, resulta em metade das concentrações em cloreto de sódio e potássio, sendo especialmente indicado para quem sofra de patologias onde a ingestão de sal tem de ser reduzida e controlada. Mas de forma geral, o sal, tal como o conhecemos, é rico em magnésio, cálcio, potássio, ferro, zinco e manganês, além de iodo. 

Nos spas salinos, como no caso de Castro Marim e também em Aveiro, os banhistas podem flutuar em águas entre os 25 e os 32 graus de temperatura com uma salinidade total de 20 graus baumé. Contudo, além do acesso a piscinas que servem apenas para o propósito de ócio e bem-estar terapêutico, a componente de cuidado com a pele, também tem a sua importância. A partir dos oligoelementos e sais minerais que as argilas salinas contêm, estas funcionam como excelentes esfoliantes mecânicos (ou físicos). Por serem ricas em sal, irão procurar as zonas húmidas da pele, limpando e absorvendo as impurezas. A haloterapia à qual se junta o conhecimento geoquímico, é sem dúvida reconhecida pelo seu benefício à circulação sanguínea, hidratação e limpeza da pele, acne, alergias, psoríase e problemas de articulação, retomando uma importante componente de tratamentos à saúde humana. 

Portugal, banhado pelo Atlântico salgado, comprometido a um grau emocional sem comparação com este oceano, poderá apenas ganhar com este filho do mar, nascido e criado nas nossas orlas costeiras, e recolhido pelas nossas mãos. O sal é a forma da nossa saudade.

Sal a Sul - Paulo Couto


Para mais imagens: Paulo Couto - Alma de Castro Marim
Reading Time:

Sunday, June 12, 2022

Tratado de Beleza
June 12, 20220 Comments

Domingo, véspera de feriado (em Lisboa) com sabor a feriado ele mesmo. Para muitos, é aproveitar o calor, o sol, as mini férias que se prolongam até ao final da próxima semana, para outros, é apenas um domingo que antecede uma semana de trabalho, mas que pode ser muito bem um dia dedicado ao nosso bem-estar e à nossa saúde mental. Aliás, celebrou-se ontem o Global Wellness Day, que se dedica cada vez mais a recordar e a repensar a forma como a sociedade (e sim, falamos aqui de uma elite privilegiada) deverá olhar para o indivíduo, não enquanto ser egocêntrico que pensa no seu conforto sem olhar a meios, mas sim, enquanto a sua saúde psicológica e física, o que, em muitos casos, poderá ser uma forma de melhor conseguirmos cuidar e prestar auxílio aos outros. 

Neste "tratado de beleza" de hoje, colocando relevo à saúde e cuidado do maior órgão do corpo humano, a pele, revelo os produtos que, de forma mais imediata auxiliaram a contribuíram para um problema que, por meio de stress, de-pressão, e uso de máscara (menciono desde já que continuo a utilizar e não me vejo a deixar de o fazer tão cedo), novamente me surgiram: acne ou, mascne. Toda a zona do queixo e maxilar direito eram um grupo de ilhas vulcânicas, tipo de vulcanismo hot spot, o qual além de não secar, parecia que semanalmente abria espaço para que nova erupção cutânea se pudesse alojar. 

Tendo em conta que esfoliar fisicamente a pele, numa questão de sensibilidade extrema não é boa ideia, muito menos "espremer" (porque além da marca natural da inflamação, irá contribuir para transformar-se na cicatriz de uma ferida que poderá trazer problemas ainda maiores), optei por usar finalmente a Essência Glicólica da Caudalie que, tal como o nome indica, é concentrada em Ácido Glicólico, um Alfa-Hidroxiácido muito eficiente no que concerna a uma limpeza da derme através de esfoliação química, menos abrasiva. Embora a premissa da marca seja a redução de manchas e aumento de luminosidade, a verdade é que aconselho este produto (exceto peles sensíveis, ou apenas aplicando à região da face mais problemática), a quem tenha problemas relacionados com acne, porque o efeito, no meu caso, foi imediato. Usei-o primeiramente à noite e possivelmente associado à pele estar mais limpa, em repouso e sem contacto direto com poluentes (nem tão pouco com as máscaras) na manhã seguinte as tais borbulhas tinham parcialmente secado. Voltei a usar nessa manhã (e seguintes), antes de incluir o sérum diurno ou hidratante, e a verdade é que foi um dos produtos que melhor resultado me trouxe desde então.

Pegando na época de arraial, sabemos que, "santos da casa não fazem milagres" sozinhos! E, tratando de estar a conhecer a marca Skin Perfection do grupo Bluevert, comecei a incluir o Complete Night Serum neste tratamento noturno de pele. 

Rico no ativo Plasmarine Active Complex, com extratos de microalgas marinhas e formulado em lipossomas, permitindo uma maior penetração pela epiderme, garantindo à pele um conjunto de vitaminas, sais minerais, ácidos gordos e outros elementos que previnem o envelhecimento cutâneo, é também enriquecido em Éster de Retinol (palmitado de retinilo) que regenera as células, promovendo ao mesmo tempo a produção natural de ácido hialurónico e mantém o colagénio. A sua ação e atuação para acne, deve-se no entanto ao facto de ser um seborregulador, o que auxilia na prevenção de poros inflamados ou obstruídos. Por outro lado, este sérum de noite também é formulado com Niacinamida, ou Vitamina B3, cujas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e também reguladoras da produção de sebo, auxiliam igualmente no tratamento e cuidados. Claro que, com a contínua utilização, irá, juntamente ao ácido glicólico, prevenir a despigmentação da pele, contribuindo assim para a redução das manchas - importante não esquecer que a renovação celular, mesmo que possa ser acelerada por esfoliantes, acontece de mês a mês, por isso há que ter paciência até se observarem os resultados esperados.

Por último, na vasta lista de ingredientes, falo da Vitamina E (Tocoferol). Um poderoso antioxidante que irá realizar o trabalho de remoção de agentes tóxicos e radicais livres que são acumulados ao longo do dia. Atua como um agente de proteção da pele durante o descanso. 



Passando à maquilhagem, quero só chamar a atenção, e passar a igual publicidade, à linha de sombras de olhos da marca Douglas. As novas caixas em tons "nude", com várias variações, desde os azuis aos rosa, são magníficas e permitem destacar os nossos olhos nas mais variadas situações ou eventos. Desde o dia a dia, a reuniões ou apresentações de trabalho, para marcar aquela posição (!!), aos festivais que estão de regresso (ainda que muito mal organizados, segundo o que me tem chegado), ou mesmo às festas de Junho e dos Santos Populares, estas paletes prometem fazer a diferença - e sim, hei-de mencionar as novas purpurinas e sombras líquidas que ainda não experimentei, bem como brilhos e acessórios, glitter e outros. Quando tiver coragem, óbvio! 



Reading Time:

Saturday, June 11, 2022

I'm taking a ride with my best friend
June 11, 20220 Comments

Esta publicação não se permite ser um elogio. 
Será apenas e sempre uma história, real sim, mas uma história apenas de uma viagem musical. 

Terei escutado o tema Home (álbum Ultra, 1997) pela primeira vez aos 14 anos. Já se passaram 24. Conhecia a banda nascida nos anos 80 certamente há mais tempo, mas uma coisa é conhecer, de ouvido, o já na época "velhinho" Just Can't Get Enough (álbum Speak and Spell, 1981), outra é conhecer a partir daquele refrão e daquela voz (calhou ser uma canção de Martin Gore cantada pelo próprio) toda a história de uma banda que, nesse mesmo ano de 1997, poderia já nem estar no ativo. 

Entre lançamentos históricos (e histéricos) a concertos e tours megalómanas, passando pelos problemas pessoais e de saúde de cada um dos membros, a desistências e saídas incompreendidas, o álbum Ultra acabou por ser a minha porta de entrada a um mundo "upside down" décadas antes de Stranger Things alguma vez ter sido pensado. 

Antes do lançamento seguinte (Exciter, 2001), já eu tinha decidido que o álbum da minha vida seria Songs of Faith and Devotion (1993), e que dentro das favoritas, a que estava no topo da lista seria Walking in my Shoes - algo que continua ao dia de hoje. Claro está que no meio disto, "devotada" como me tornei, muito mais fui conhecendo, muita teoria da conspiração fui criando (junto a todos os milhões de fãs do planeta inteiro). Uma delas claro, mito urbano até, como todos sabemos, na qual Martin ter-se-á inspirado em David (Dave) Gahan (vocalista principal, frontman, showman), na escrita de algumas das suas canções mais incríveis - sendo Home uma delas. 

E depois temos Andrew (Andy) Fletcher. A cola que unia as peças partidas do grupo. Um dos elementos ainda de raiz, que pouco antes de morrer (há 2 semanas por causas naturais aos 60 anos - quem é que morre de causas naturais aos 60 anos?? "God has a sick sense of humor") dizia com orgulho britânico ser o único com possibilidade de beber uma cerveja ou uma garrafa de vinho (em claro contraste com as adições dos amigos que hoje em dia continuam certamente numa batalha, menor, certamente, com os seus vícios e fantasmas). O "clapping-hand guy", aquele que dizia ser o gestor para que a grande empresa que os Depeche Mode se tinham tornado, tivesse sempre para onde caminhar.

E na minha curta história (porque não consigo detalhar ou explicar o que senti quando os vi a primeira vez em Touring the Angel, ou as razões pelas quais nunca mais fui a nenhum outro, dos vários concertos que fizeram em Portugal), é aqui que não quero que isto seja mais um texto de homenagem, mas apenas um desabafo. 
O que eu, enquanto fã, gostava que acontecesse, versus, o que eles, enquanto banda, amigos (e amigos, entenda-se de uma vida inteira) pensam fazer. Será possível que possam continuar, numa viagem de emoções e certamente sensorial relembrando Andy "...taking a ride with my best friend", num álbum novamente hiper pessoal e numa última tour? Ou será que a falta do elemento agregador torna tudo sem sentido, sem o caminho por onde seguirem. 

Faltando quem coloque dois imensos egos nos seus devidos postos, como irá uma grandiosa e ainda incompreendida banda britânica (principalmente no próprio Reino Unido) conseguir ultrapassar uma gigantesca perda? Andy era muito mais do que o membro que batia palmas atrás do sintetizador - ele criava ambientes sonoros, e não se enganem, ele, junto com Vince Clark e Martin Gore, foram pioneiros nos sons que vieram depois a ser melhor trabalhados ao longos dos anos, principalmente pelas mãos de Alan Wilder. 

Seja como for, decidam como decidirem, acho que para nós, devotos, fãs, família estranha mas que transporta esta energia, nunca nos terão desapontado ("never let me down") e agradecemos que nos tenham mostrado o que "Casa" realmente significa.





Reading Time:

Friday, June 10, 2022

Insight
June 10, 20220 Comments


Nem sempre é fácil fazer uma viagem interior. Nos dias que correm, falta-nos a vontade, a paciência, mas acima de tudo o tempo que se quer voraz, rápido, cada vez mais. Queremos ser nós a comandar a nossa vida e o nosso caminho, muitas vezes sem nos colocarmos no lugar do outro, mas essencialmente sem sabermos se estamos a conseguir fazer o bem a nós mesmos. 

Deixar que a vida siga o seu curso, num "levar pela maré", parece, igualmente, ser cada vez mais impossível e a pressão com que vivemos, as expectativas que temos ou que colocam em cima de nós, não permitem o distanciamento correto aos nossos problemas, às situações. 

Até que tudo explode à nossa frente.

A vida está a obrigar-me a fazer cedências, a tomar atitudes, a não deixar arrastar situações. Desde há um ano que consigo observar o encerramento de vários ciclos. Relações, pessoas, locais, trabalho, e, embora me tenha custado (e continue a custar), só sobrevivemos quando vivemos mesmo um dia após o outro e após o outro e após o outro e ganhamos mesmo consciência dos nossos erros, do nosso lado menos bom, o nosso upside down

De facto, é essa aceitação que nos permite arranjar um espaço mental de equilíbrio. O saber estar bem com a nossa pele, com o nosso Eu. E essa caminhada e capacidade, nem sempre são fáceis de fazer ou atingir. Principalmente quando achamos que o que era a nossa vida anterior, fazia parte do plano "natural e normal" do que era esperado de nós - mas a questão é que nem sempre o que é bom para os outros, faz-nos realmente bem. 

Quando a vida explodiu à minha frente, terei finalmente percebido, com grande grau de desconforto, de dor, de mágoa, e com tempo que ainda hoje, agora, se sucede, que foi o melhor que me terá acontecido, bem a quem me rodeava, embora ainda pairem muitos pontos de interrogação no ar. 

Mas as coisas são como são e às vezes, temos de parar e sentir a direção do vento e para onde a água nos leva. Só por aí poderemos experienciar a nossa própria aceitação.




Reading Time:

Sunday, March 13, 2022

Voya, Viagem ao oceano Atlântico
March 13, 20220 Comments

Palco de guerras e naufrágios, significado de Saudade e lágrimas, na nossa língua e tradição portuguesas, é também do Atlântico que nos chegam os extratos mais puros para a nossa saúde e saúde da nossa pele. A Voya, uma marca que me foi apresentada no Til Spa Castanheiro, no Funchal, é uma dessas viagens ao mar profundo azul ou verde, por vezes cinza, conforme o reflexo a partir do céu. Resultado das mitologias e lendas marinhas, desde a Atlântida perdida às viagens de Ulisses, das sereias e dos seres marinhos ora exóticos ora assustadores, o eterno oceano, poderá estar em perigo, derivado às nossa ações. Ainda assim continua a ser ninho e nicho para os organismos que não apenas são responsáveis pelo frágil balanço dos ciclos biológicos, como de várias ecossistemas únicos (e muito ainda desconhecidos). As algas, macro e microalgas, são assim parte desses elementos essenciais ao nosso oxigénio, às trocas de gases que fazem parte da nossa atmosfera - o tal balanço frágil que poderá ser posto em causa, se não soubermos proteger.

Na Voya, gama cosmética para uso exclusivo em casa e em SPA, de origem puramente orgânica e sustentável (a sua política ambiental "Better Way" é realmente um exemplo, na qual se inclui o material usado nas caixas e empacotamento), cultivam-se e colhem-se algas, que após passar por processos de secagem e análises toxicológicas rigorosas, incorporam os seus produtos finais. Ricas em antioxidantes, vitaminas e sais minerais, aminoácidos e outros, são desde sempre usadas em tratamentos de pele, mas também no auxílio ou melhoria de sintomas físicos associados a inflamações musculares ou ósseas. Na Irlanda, não seria excepção, onde há mais de 200 anos ocorrem banhos de mar onde estejam presentes. (E até mesmo Portugal tem uma longa história com estas "ervas do mar", que será contada em breve).

Após a minha imersão no mundo aromático da Voya na Madeira, que outro melhor local, deixando-me envolver em algas frescas, experimentei também os seus óleos essenciais e hidratantes, terminando com um chá de funcho, da mesma marca. 

Já no continente, encomendei alguns produtos das gamas Facial RomanceLittle Luxury Facial  para usar em casa. 



E assim começa a minha opinião real sobre os sets escolhidos:

  • São excelentes para quem tenha pele muito seca (o que não seria de estranhar, sendo uma marca proveniente de um país mais a Norte, com clima mais agressivo por vezes)
  • São extremamente hidratantes (gel e leite de limpeza, creme de hidratação)
  • Têm como contra a textura (creme bastante espesso) e claro, a presença dos óleos essenciais, também com o intuito de aromaterapia, que ao tornarem a pele bastante oleosa, no meu caso, também demoram a ser totalmente absorvidos
Contudo, nada bate o aroma incrível a funcho, baunilha, lavanda ou "maresia", que, conforme o produto, vamos sentido. 

Em relação à mascara de argila (caulinite e montmorillonite) tudo de bom a dizer. Com finalidade de eliminar toxinas e ajudar à renovação da pele na epiderme, é sem dúvida uma maior valia nesse propósito, e com a nota positiva de não secar tanto como as demais, exatamente devido à presença de extrato de alga, que possibilita sempre uma sensação hidratante, mesmo após alguns minutos de aplicação. 




Regra geral, a marca é maravilhosa, claramente ganhando pontos devido à sua política de sustentabilidade e aos ingredientes utilizados. Por outro lado, a sua credibilidade vai além dos produtos, sendo das poucas marcas que escolham os SPA com os quais querem trabalhar e não o contrário, esperando serem contactados. Os produtos abrangem também vários objetivos, passando dos cuidados de corpo aos cuidados da face, até pequenos apontamentos para a nossa casa e estilo de vida, como velas aromáticas ou difusores, chás e infusões, culminando, como seria de esperar, nos suplementos vários (unhas e cabelo e alimentação), ricos no ativo patenteado desenvolvido pela Voya, ORPLEX (TM), vitaminas e probióticos. 

Do meu ponto de vista e do que já conheço, aconselho experienciar primeiro num SPA associado, para entenderem o que melhor se ajusta à vossa pele e às vossas necessidades. Um tratamento básico poderá fazer milagres a um longo prazo na nossa saúde, mas sem dúvida que é a melhor forma de conhecer a marca e gama, sem incorrer a adquirir produtos que não sejam de todo do nosso agrado. 
Voltando ao início desta publicação, as nossas ações resultam em efeitos na Natureza, e deles a nossa capacidade de melhor saber gerir as nossas escolhas. Na cosmética isto é também essencial, no que se quer ser a estabilidade entre a Natureza e o cuidado natural do corpo humano.

Reading Time:

Tuesday, March 08, 2022

Lembrança dos tempos de Guerra
March 08, 20220 Comments



Nem sempre o Amor é suficiente para impedir a Dor. Nem sempre a Paz resulta contra a Guerra. E muito menos, quando se pretende liberdade, esta poderá ser facilmente conseguida. É engraçado, embora não menos irónico, que as relações tóxicas e violentas se possam parecer tanto com países que invadem os outros porque insistem que são "seus", que fazem parte de si, enquanto partes de um puzzle imperial, de uma nova ordem mundial. E que isso seja sempre, mas sempre violento, tirânico. 

Quando a 27 de Janeiro foi inaugurada a exposição Last Folio com videografia de Katya Krausova e do fotógrafo Yuri Dojc, ambos naturais da antiga Checoslováquia, e também eles emigrantes forçados devido à entrada da União Soviética na região nos anos 60, certamente nunca pensámos que o cenário europeu pudesse ter mudado tão rápida e drasticamente. 

O seu trabalho, destacando as zonas de infância de Yuri, na agora Eslováquia oriental, demarca a cidade de Bardejov, localizada na fronteira com a Polónia. Comum a todas as exibições análogas, Last Folio deveria ser uma homenagem à sobrevivência, mesmo que sob a forma de livros, cuja SS nazi durante a Segunda Guerra Mundial não conseguiu queimar, ou destruir. Encontrados por acaso na antiga escola judaica, restavam apenas para ser fotografados várias obras em hebraico, religiosas e não só, comprovando a existência em décadas idas de uma larga comunidade judaica na região. Contudo, bastou uma manha para que as crianças fossem colocadas num comboio e encaminhadas para Auschwitz. Nenhuma sobreviveu. 

Last Folio - a última folha, corresponde assim a uma brilhante obra fotográfica e de celebração cultural, cujos protagonistas resistentes são os livros que foram sendo comidos pelo tempo, terminando apenas na matéria invisível que nos toca a todos. Pó e átomos. Curiosamente, aprende-se que Natureza não come "letras", a química associada à tinta das palavras é demasiado tóxica, pelo que algumas palavras ficam para sempre - e não é assim que a História é feita?

No dia de hoje, menos de 2 meses depois da sua abertura, corre ser essencial voltar a falar da sua importância. Para que a memória seja resgatada, para que nunca nos esqueçamos, para impedir o quê? A memória do homem é curta. A sua sede de Poder é enorme. 

Ainda assim, atos de resistência. 

Reading Time:

Monday, February 28, 2022

Novidades PANTAGRUEL em duplo aniversário
February 28, 20220 Comments

Apesar das pandemias, e agora mais ainda com uma guerra/invasão em pleno curso, 2022 é também um ano de comemoração doce em Portugal. 

Além dos 90 anos da Imperial, maior fabricante nacional de chocolates, é igualmente aniversário da Pantagruel, uma das marcas mais conhecidas da empresa de Vila do Conde. Como presente para todos os amantes de chocolate, existem novos produtos disponíveis no mercado.

Aos 50 anos do seu lançamento, a Pantagruel, cujo nome é inspirado no universo culinário do mestre e Chef francês do século XVI, bem como do livro de cozinha a que o mesmo deu origem, apresenta dois novos produtos no mercado português que, como não deverá deixar de ser, irão ser responsáveis por variadas receitas entre bolos e sobremesas. A começar, a nova tablete Pantagruel Caramelo & Sal, que resulta da combinação entre o chocolate de leite com a característica cremosidade do caramelo salgado, a qual, embora se apresente “perfeita para a estação fria”, é um sabor que tem vindo a tornar-se quase obrigatório nos doces nacionais em qualquer época do ano. Por outro lado, e continuando a tradição das embalagens de pepitas de chocolate, apresenta-se também o novo Pantagruel Pepitas de Chocolate com 70% de cacau, correspondendo ao “meio termo” entre os sabores e intensidades de cacau anteriormente à venda, ideal para misturas com cereais, iogurtes, papas de aveia, bem como para os tradicionais bolos mármore, queques e chocolate quente. 

Numa nova perspectiva nutricional e que acompanha a evolução natural da procura por alimentos mais saudáveis, esta nova gama é totalmente vegan e glúten free, tal como também é o ainda mais jovem elemento da família. O Pantagruel Pick&mix, com alto teor em fibra, resulta na mistura explosiva e altamente viciante dos sabores de mirtilos vermelhos cobertos de cacau, passas, avelãs e as tradicionais pepitas de chocolate, tornando-se totalmente perfeita para muffins, ou simplesmente como snacks a meio da manhã ou da tarde – aviso desde já alguma cautela para não comer o pacote inteiro, porque o risco é bem grande. 

Quem irá resistir a tanto sabor? 




Reading Time:

Sunday, February 27, 2022

Nota pessoal face às reações contra criadores de conteúdos e face a Putin
February 27, 20220 Comments


Fonte: APF


Putin é um ASSASSINO. A S S A S S I N O!

Prefiro começar assim para que fique bem claro a minha opinião sobre a invasão da Russia (Putin, aliás) à Ucrânia. Houvessem dúvidas sobre a minha publicação anterior.

Face aos ataques contra influencers e criadores de conteúdos, que aparentemente deveriam ter a obrigação e dever de se manifestarem contra a situação atual, relembro apenas que existem pessoas que usam as redes sociais apenas e só como ferramenta de trabalho. As marcas procuram aquelas mesmas pessoas apenas para publicitarem os produtos e não esperam manifestações políticas da sua parte. Possivelmente não querem estar associados a determinados conteúdos e muito menos de teor político. That's all and that's ok. Não faz com que essas pessoas sejam burras, limitadas intelectualmente, indiferentes, ou que não apresentem empatia. Simplesmente não podem quebrar contratos, mudar/alterar planeamentos de partilha, feeds. Quem trabalha no meio sabe bem o trabalho que isto dá - não basta fazer fotos e escrever meia dúzia de palavras - é sim todo um trabalho criativo que tem de ser feito e gerido previamente. Saber o quê, quando, como e onde. E mais, além de alimentar as marcas, ou pagar as contas, estas páginas pessoais, acabam também por servir de escape a um mundo cada vez mais violento, mais louco, mais transgressor e pouco ético. Feira das Vaidades só mesmo para quem não queira entender a necessidade. Claro que ao estalar uma guerra (europeia ou mundial) poderá parecer frívolo, mas há quem se alimente de imagens bonitas, de conteúdos culturais, de críticas a livros, de produtos cosméticos, de dicas e receitas. Eu não vou deixar de bater pelos meus ideais, nem de expressar a minha opinião, mas tenham noção que terei de continuar sim a partilhar também outro tipo de conteúdos, de textos, de artigos. Porque apesar de tudo, a vida tem de continuar, por nós e por eles - porque parar é fazer exatamente aquilo que os nossos inimigos querem, aqueles que nos querem ver em baixo, os que nos querem pisar - não teremos medo! NÃO TEREMOS MEDO! Venham com as suas ameaças com ações nucleares, com os seus cortes de fornecimento de gás natural. Venham. NÃO TEREMOS MEDO!


PS - aos haters do costume: calem-se! Se querem mesmo fazer algo de útil, levantem-se do sofá, saiam detrás dos vossos ecrans de telemóvel e computadores, façam-se à vida e juntem-se às várias manifestações que estão a ocorrer neste momento no nosso país. Pode ser que vejam lá no meio essas mesmxs influencers que tantos "problemas" vos causam.

Reading Time:

Friday, February 25, 2022

Preâmbulo
February 25, 20220 Comments


Fonte: Presidência da Ucrânia



Pese a Guerra, outra guerra que estamos prestes a enfrentar e combater, uma guerra física, bélica, e já não (apenas) contra um vírus - algo impalpável e invisível, mas que também deixou e deixa rasto de morte e doença, existem momentos, celebrações que irão ser mencionadas depois deste preâmbulo.

Quando pensávamos que o pior tinha passado, que 2022 seria o início do fim, da mudança há muito esperada, veio (mais) um homem para provar que afinal, nada mudou. Que afinal os sentimentos, as ações, os desejos e ânsias de Poder estão bem presentes e vivos. Mais vivos que nunca. Numa Europa, num mundo, que se diz global ou globalizado, escassa a empatia, a simpatia, o respeito, imperando o preconceito, a malícia, os fossos socioeconómicos cada vez mais gritantes e gente, muito gente, que quer que essas mesmas diferenças sejam ainda mais profundas, para que se saiba exatamente quem é o predador e a presa, quem manda e quem obedece - num ciclo vicioso que mais uma vez espelha bem a nossa sociedade moderna, uma sociedade de aparências também, mas principalmente de arrogância. 

A Ucrânia é um Afeganistão - em breve será novamente esquecida. Tendo ganho a sua independência enquanto país soberano em 1991, após a queda do Regime Soviético (aliás, duro golpe para o "império" Russo), muitos foram aqueles que, nomeadamente junto às fronteiras, preferiram ficar do lado nacionalista anterior. E, verdadeiramente, com excepção de alguns países mais ricos, que puderam crescer economicamente, todas as outras antigas províncias da URSS, tornadas também elas países, pouco prosperaram, tendo-se aliás tornado alguns dos países mais pobres da Europa. É assim fácil perceber o que, após 2 anos de pandemia, "aquele" homem quer - mostrar que sendo a segunda maior força bélica mundial, facilmente conseguirá recuperar todas as suas antigas nações, múltiplas e variadas, não olhando a meios (nem a pessoas) para esses fins. Mais genocídio, menos genocídio, a Europa foi conhecendo os vários ditadores (de direita e esquerda) e os seus poucos limites e falta de ética. #weprayforUkraine mas na verdade isso não faz qualquer diferença. Fará quando a NATO pegar não apenas nas armas mas entrar em grande na ação da História? Quando se irá resolver Biden em admitir que apenas "sanções" não vão resultar para travar as ideias de Putin? Porque hoje em dias as guerras são na verdade mais do que carne para canhão. São essencialmente negócios e dependências energéticas, produtos e bens comercializados - toda uma interdependência total que afeta não apenas quem fabrica e vende, mas essencialmente quem necessita e compra - e a verdade também é esta, dependemos ainda e muito de uma Rússia. 

Para onde irá pender o equilíbrio das Nações? 

"O traço comum é a crença em modelos de sociedade que não são democráticos e que põem em causa toda a construção do ordenamento internacional, que é o do liberalismo, que tem expressão na democracia. Um dos motivos da obsessão de Putin com a Ucrânia é também o receio de que a liderança pró-ocidental da Ucrânia transforme o país numa democracia saudável e funcional e que isso faça perder completamente a capacidade de influência da Rússia nesse país. É uma linha de pensamento autoritário." Sandra Fernandes, aqui: Revista Visão

Reading Time:

Sunday, February 20, 2022

Sinopse de um livro
February 20, 20220 Comments

 


Eu não conhecia a obra de Afonso Cruz. A obra.... os livros que até agora escreveu e que já são alguns. Pensava sempre que fosse uma escrita estranha, difícil, onde a história fosse contada em soluços, ora avança no tempo, ora recua ao presente, ora vai ao passado, e sempre redigida numa estrutura ortográfica que, nos idos anos 2000, eu via como "moderna em demasia". Nada de pontos finais, nem letras maiúsculas, uma confusão de ideias que, para os romances que tanto gosto de ler, não me faziam sentido algum. 

Ouvi falar da sinopose a esta Sinopse. Temas essenciais para o meu interesse imediado: Segunda Guerra Mundial, seja imediatamente antes, ou geralmente, nos anos de pós-Guerra que se seguiram. Calhou ser baseada na história de um amor verdadeiro, que ocorreu mesmo, numa Berlim primeiro devastada pelo horror bélico, depois dividida por um muro ideológico. E nessa divisão, uma separação. Temas essenciais para o meu interesse imediato: os livros dentro do Livro. Se porventura pudermos juntar o poder literário dentro de uma história, desde que bem contado, melhor. No caso, existe uma livraria, um tio bibliotecário/livreiro, e outra história, dentro da história que deu origem à história da livraria em si. E claro, aí há livros e o que eles são capazes de fazer, a sua força transformadora de personalidades, caráter e, no fim de tudo, no que somos ou não capazes de fazer para nos protegermos, para cuidar dos nossos e por Amor. 

Acredito que haja quem aqui esperasse uma crítica detalhada às passagens, uma descrição síntese da trama "despacha lá isso para dizermos que também já lemos", mas não. Não o faço. Posso garantir que os livros no livro de Afonso Cruz (Companhia das Letras, Dezembro 2021), voam, transforma, salvam vidas, mas que também talvez NEM tudo seja justificável. Nem tão pouco admissível. É sim um livro lindíssimo que li entre o Natal e o Ano Novo, como que em pronúncio de novos tempos, mais esperançosos talvez, ou para refletir que na Vida, nada dura para sempre. Nem muros, nem separações físicas. Mas que existiu, sim, da parte do autor, trabalho de investigação, entrevistas e curiosidades familiares. 

Mas mais importante, uma escrita fluida, parágrafos belíssimos de analogias e comparações, apenas para que todos nós, os Theobalds, possamos ver mais do que o básico que se encontra mesmo à nossa frente.

Mais para ler aqui, na Revista Rua



Reading Time:

Wednesday, February 09, 2022

Rituais à primeira pele, na primeira pessoa do singular.
February 09, 20220 Comments

Se um dia é Não, no outro temos que o transformar num Sim gigante. 

Perante a confusão em que a vida se tornou, algo foi notório em mim. A transformação física que se observou - o que obviamente não será assim tão distinto do que acontece com todas as pessoas que podem passar por situações menos positivas. Como cantava Variações, "o corpo é que paga", seja com aumento ou redução bruscas de peso, seja com cabelos brancos, queda ou desfortelacimento, seja com mais rugas, papos e olheiras. E não havendo milagres para repor tudo como estava, podemos no mínimo ter a força necessária para, quando sairmos da toca, prevenirmos ou adiarmos um pouco mais estas alterações às quais somos expostos quase diariamente devido aos mais diferentes fatores ou causas. 

Tendo em conta que no meio do caos ainda fiz uma formação em Dermofarmácia e Cosmética, gostaria que esta publicação de hoje descrevesse e exemplificasse a minha rotina diária de hidratação da pele (facial), de forma simples, sem grandes alaridos sobre as formulações e ingredientes - contudo, mencionar apenas as marcas Caudalie, SkinPerfection e Clarins não irá clarificar ninguém, pelo que, bare with me, terei de me alongar aqui e ali no texto. 



Para começar, esclareço desde já que não há nada como a água para lavar a cara (sim, estamos a atravessar mais um período de seca prolongada e grande parte da população mundial não tem acesso a água potável - estou consciente disto tudo) - contudo, nada substitui a água para uma melhor limpeza e quanto a isso nada posso fazer. Claro que haverá excpeções: uma água mais ou menos rica em determinados elementos químicos poderá promover maior secura na pele, terá de estar a uma temperatura tépida, nem muito fria, nem muito quente para não causar choques térmicos, entre outros fatores. Digo desde já e também que, por muito bons que sejam (e já o são) as águas micelares ou outros produtos de limpeza facial que não tenham necessidade de serem usados com água, a minha sensação pessoal é de ficar com a cara pastosa, oleosa e, claro está, não limpa. Assim, o que geralmente faço de manhã é, ao lavar a cara, usar uma espuma de limpeza associada - gosto muito da textura, é de fácil utilização e permite-nos controlar melhor a quantidade que usamos. Para o caso, ou uso a espuma de limpeza da Yves Rocher cuja formulação contém extratos de microalgas (organismos da Natureza mais do que reconhecidos pelo seu potencial de oxigenação, remediação celular e limpeza em profundidade), ou a espuma da Caudalie. A sensação de conforto final é muito boa e não deixam a pele seca. 






Posteriormente à lavagem e remoção da água e humidade, e porque estamos no Inverno (ainda que mais quente, ou seja, estranho, do que habitual), tenho sempre de aplicar seruns ou cremes hidratantes. A nossa pele não reflete apenas o nosso organismo ou as consequências e respostas internas de qualquer problema, mas claramente também dá sinais às exposições ambientais, sejam elas as alterações de temperatura, a poluição, o uso de máscaras, num sem número de influências tóxicas que impedem a respiração através dos poros e células da epiderme, promovendo a sua desidratação e deteoriação. 
Neste momento, os meus produtos de eleição são o Vinosource Hydra da Caudalie em gel-creme, que além de ser rapidamente absorvido pela pele, é extremamente fresco, devido à sua forte composição de água, e o contorno de olhos da SkinPerfection, que me ajuda a combater os traços evidentes de noites sem dormir, onde o stress e a ansiedade dos últimos meses "falam mais alto". Em relação a este contorno de olhos, e sendo esta marca ainda pouco conhecida em Portugal, posso e devo explicar que o seu principal ingrediente ativo, o Plasmarine Active Complex (TM) é também conseguido a partir de microalgas marinhas. Formulado em lipossomas, que de forma simples podem ser explicados como "veículos" de administração aos produtos farmaceuticos ou nutrientes, atua assim em maior profundidade. Associado ao potencial que as microalgas possuem, o Plasmarine Active Complex (TM) é assim rico em ácidos gordos, vitaminas, aminoácidos e antioxidantes.  Por outro lado, este Soothing Eye Contour, também possui retinol (um derivado da Vitamina A) responsável pela ativação do colagénio* na pele, ou seja, tem uma maior capacidade de reduzir rugas ou linhas de expressão, aumentando a sua firmeza. Se bem que ao primeiro imapcto o aroma possa não ser agradável, a sua textura cremosa (possui Manteiga de Karité) permite uma aplicação de pouca quantidade, também rapidamente absorvida numa zona tão sensível, mas deixando uma sensação de hidratação. 
Regra geral, e como atualmente não aplico maquilhagem por uma questão de habituação da pele a novas rotinas de exposição (uso de máscara nos transportes, retorno à normalidade e maior suscetibilidade à atmosfera ambiente fora de portas, luz solar ...), o que costumo igualmente fazer, em dias intercalados, é aplicar o creme Extra-Firming de Dia da Clarins, um hidratante que atua exclusivamente para o preenchimento de primeiras rugosidades, para a firmeza no contorno de rosto, contribuindo também para o controlo das manchas escuras/pigmentação, e efeitos da poluição. 



Já em termos de cuidados noturnos, o truque é o mesmo. Agora sim, em primeiro lugar uso água micelar da Bioderma, com patchs de algodão ou tecido, removendo a primeira camada de sujidade (e acreditem, o algodão e tecido não enganam - é incrível a quantidade de partículas que nos afetam e ficam no nosso rosto diariamente) -, depois é que "lavo a cara" com a espuma, passando posteriormente à hidratação. 
Aqui recorro primeiramente ao sérum da gama de Vitamina C da Caudalie, que ao ser formulado para se obter uma maior biodisponibilidade (extensão e velocidade de absorção pela circulação sistémica), permite preservar a sua permanência e efeitos na epiderme - rápida absorção e sensação de pele seca, sem qualquer oleosidade ou presença de creme. Já para os olhos uso o creme contorno da mesma gama, que também atua de forma continuada - e daí eu o aplicar à noite, o que auxilia também a sua atuação enquanto existe um descanso da pele e corpo. Volto a constatar que, derivado dos seus ingredientes de origem natural, o aroma poderá ser um pouco mais intenso em ambos produtos, mas vale a pena a sua continuada aplicação - primeiro estrranha-se, depois entranha-se.
À noite, e também de forma intercalada, uso, desta feita, o Multi-Active Nuit da Clarins, com extrato de papoila, e formulado exclusivamente para o descanso e remediação celular, tonificação e luminosidade da pele. 

Se é verdade que uma boa gama de produtos, ou uma boa combinação acaba por ser um peso no orçamento pessoal, e nem todos temos esse poder de compra ou privilégio, também não deixa de ser verdade que hoje em dia, mais marcas de excelente qualidade, apresentam alternativas viavéis para tratamentos básicos ou continuados em problemas dermofarmaceuticos. Seja como for, nada equivale em falar diretamente com um especialista em cuidados da pele (designados por beauty advisors e associados às marcas específicas), dermocosmética ou farmaceutico que melhor podem aconselhar às nossas necessidades específicas. Cada caso é um caso distinto e cada pessoa terá uma resposta diferente ao que realmente precisa - até mesmo por uma questão de sustentabilidade, dever-se-á adquirir apenas o essencial e nunca optar pelos "pacotes" que nos são vendidos muitas vezes de forma agressiva e que não precisamos. 
Há que optar pelo melhor para nós, sempre, mas falando com quem sabe! 


* Colagénio - (proteína mais abundante no corpo humano, estrutura fibrosa, de sustentação não apenas da pele, mas principalmente também das nossas articulações)

 

Reading Time: