há poucos dias fui realizar, pela primeira vez, uma prova de conhecimentos.
Para quem não sabe, é um elemento normal quando se quer trabalhar na Função Pública - responde-se a um procedimento concursal, aguarda-se pela resposta indicando se estamos ou não dentro do que é solicitado, e, caso positivo, somos chamados para a 1ª das etapas de avaliação.
Uma prova de conhecimentos geralmente resulta num teste/exame, versando os temas e tópicos que são oferecidos em lista bibliográfica (e que convém ler, minimamente, o que é pedido). Mesmo que seja, como no caso foi, sobre Geologia, esta disciplina não é apenas, como muitos continuam a pensar "rochas e calhaus e vulcões". Existem várias áreas distintas dentro da mesma.
Neste caso, além dos temas derivados aos conhecimentos específicos de Geologia (a que se pretende), temos, geralmente (e aí TODOS os concorrente à Função Pública, em qualquer situação têm de responder, alguns com, outros sem consulta) uma lista de legislação, relativamente simples e acessível, que também faz parte das questões.
espero, honestamente, que dos quase 30 (??) (eu incluída) que se deslocaram ao local, para um número de vagas superior a 1, mas bastante inferior a 10, possam ter seguido à etapa seguinte de eliminação - eram 30 questões no total, e não sendo difícil, haveria de estar atento às "rasteiras".
Consistirá esta, numa avaliação psicológica, que, não se enganem, passa por "jogos" mentais e testes psicotécnicos. Cálculos mentais limitados de tempo, jogos de palavras, imagens e outros. Um bocado parecido como quando estávamos no secundário e tínhamos de escolher a área futura. Com a diferença - desta vez, ou "és apto" ou "não és apto" para o trabalho e, neste segundo caso, és imediatamente excluído.
Isto tudo para? Dizer que, "ah e tal, está a fazer um concurso à função pública?" Nem por isso, até porque continuo a gostar do que faço, embora não goste das condições. E porque, que eu saiba, há já muito tempo a maioria das pessoas olha para os funcionários públicos - sem saber na verdade quem são na generalidade e o que fazem (exemplo: passem uma manhã nos corredores do Hospital de Santa Maria - TODA AQUELA GENTE, MÉDICOS, ENFERMEIROS, PESSOAL ADMINISTRATIVO, EMPREGADOS DE LIMPEZA, AUXILIARES, ANALISTAS, FARMACEUTICOS, RADIOLOGISTAS SÃO FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS -, para apenas dizer mal dos mesmos, que não fazem nada, que ganham do nosso bolso e ficam a fumar e beber cafés. Enfim, as merdas do costume.
Na verdade isto serve para dizer que quando alguém vai trabalhar para o povo, isto é, se torna deputado, se torna ministro, primeiro-ministro, líder da oposição, ou o raio que os parta, também deveria passar por um procedimento similar àquele que eu (e as restantes almas) estamos a fazer. Porque não basta dizer que temos jeito, temos a formação e sabemos muito sobre o assunto, e, quando chegam lá, não sabem fazer nada. NADA. Ou quando vão à televisão e esbarram na questão do RSI, por exemplo, sem querer dar nomes. Há que estudar sim, caros, há até que saber se, psicologicamente, estão aptos ou não. E pelo que vejo, são poucos os que pululam a assembleia com alguma real capacidade intelectual e ética para estarem a representar o "povo" - mas como o "povo" também é cada vez mais manso e está na fase de regressão intelectual, se calhar nada já me espanta.
Seria bom fugir ao padrão. Mas sem prova de conhecimentos e avaliação psicológica, qualquer um pode sentar-se no Parlamento ou aparecer na telinha a dizer mentiras ou asneiras. perdeu-se o brio e as vagas acabam por ficar todas preenchidas por gente que nem sabe como foi lá parar. ou melhor, sabem, sabem.
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