June 2015 - Cláudia Paiva Silva

Tuesday, June 16, 2015

June 16, 20150 Comments
Não há título. Não há nada. Apenas palavras. Nem sons. Apenas escrita. Acelerações do coração, calafrios na espinha, estômago em reviravolta.
Tudo aquilo em que eu firmemente acreditava (será que não acredito ainda?) está a ser derrubado. Uma sensação completamente estranha e diferente: porque é assustadora. Pela primeira vez em muito tempo tenho medo por mim. Tenho medo real de me perder, de vir a sofrer a sério - até porque desta vez gostaria de saber fazer tudo perfeitinho. Já me magoei antes, por amigos, devido a mal-entendidos, por ter sido influenciada negativamente e não ter aguentado mais, mas desta vez é na pele. Aquela previsão estúpida que nos atravessa a alma que quando terminar vai doer até mais não e nos iremos novamente fechar ao mundo. No mundo. 
Eu não sei ser amada, palavra de honra que não. Sei o que é ter amigos que me aturam e gostam de mim por essa mesma razão, sei o que é sentir-me desejada num ponto de vista puramente físico, mas que alguém, ainda por cima inteligente e jovem, possa nutrir qualquer sentimento mais puro por mim, é-me simplesmente surreal. E eu sempre fugi disso - eu sei é ser amiga, grande amiga, aparar os golpes, fazer triplos saltos e aterrar em pé, nem sempre em equilíbrio, mas isto, isto é um assombro. É desconhecido para mim e faz-me sentir literalmente aterrorizada. 
Pessoas, é isso: eu estou aterrorizada. A simples ideia de ser beijada ou acariciada deixa-me em estado de alerta geral. Tento ficar o mais "cool" possível, afinal já tenho 31 (!!!) anos, e até já tenho a carta de condução (finalmente e às primeiras!!). Mas no que toca a Amor, Amor à séria, finalmente correspondido, não sei o que fazer. Não me sinto capaz, sinto-me tola e tonta e brutalmente estupidificada com a minha tolice. Tenho medo primeiro que eu fuja, depois que ele fuja e que finalmente tudo acabe tão rapidamente como começou. Pondero a situação de não estar psicologicamente preparada para um relacionamento, mas o pior é que se até há uns meses atrás, a ideia era "curtir" - e acreditem que nunca passou dessa ideia -, agora o que eu quero é estabilidade, paz, tranquilidade, sentir-me simplesmente em calmaria e aquilo que eu sinto é aquela instabilidade toda associada ao mais bonito dos sentimentos humanos. 
Amar não é bonito. Nem simples: dá trabalho e mete medo. Muito medo mesmo. 
A minha única questão é se ele tem medo também ou se simplesmente me vai abraçar até o meu medo passar.. 
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Monday, June 15, 2015

Há coisas que não se explicam. Acontecem. Simples.
Das amizades e afins
June 15, 20150 Comments
Lá vou eu falar de amizade, dos amigos para a vida, dos ciclos, das entradas e saídas da vida das pessoas, do nosso papel na vida dos outros, etc..
Não precisaria de estar constantemente a mencionar isto, mas a verdade é que são estas pessoas que, num círculo cada vez mais restrito em número, mas abrangente de conhecimento, me vão puxando para cima, me fazem ter forças para coisas mais complicadas, me levam a descomplicar outras mais banais, me fazem colocar em perspectiva a minha forma de estar e alertam para as minhas pisadelas de risco.
Há coisa de três meses, se tanto (time flies baby, e se eu me perco nas horas, imaginem então nos dias e semanas), conheci mais uma menina que poderá com o tempo, ser considerada daquelas especiais que irão permanecer durante muitos anos.
Tudo começou com uma revista. Comprei a Umbigo quando percebi que o tema seria sobre Fotografia. Ao ver uma série de nomes que eu reconheço (e conheço) acabei por comprá-la, e foi numa viagem ao Algarve que acabei por ler a entrevista à Ana Morais (ou Anita dos 7 Ofícios). Fiquei siderada. Uma miúda, porque o é, de Mirandela, ter largado a terra natal e ponto de segurança, lançando-se no mundo com uma força daquelas poderosas, que conseguem fazer tudo. 
Apanhei-a no Instagram, trocámos umas mensagens, acabámos por nos conhecer pessoalmente. Mulher do Norte, sem papas na língua, uma tipa que aos 29 anos sabe o que quer da vida - e quer tanto, mas tanto mais, que me deixa a um canto em termos de acção/ reacção.
Talvez porque ainda esteja a tentar singrar no mundo que realmente gosta, talvez porque não seja fácil conciliar trabalho com os estudos de mestrado, talvez porque organize e participe em workshops de fotografia que valem realmente a pena, a Ana é daquelas pessoas incríveis porque são muito completas e não têm medo de aprender mais. 
E eu gosto de pessoas assim - que não têm medo de arriscar, mesmo que o risco possa ser elevado, que lutam pelo que querem, mas principalmente porque durante esse processo de aprendizagem não se armam em vedetas (e a Ana se quisesse poderia ser assim porque já vai sendo reconhecida pelas ruas da capital), nem tentam chegar ao topo pisando outras pessoas - e há tanta gente que pisa, mas também outros tantos que merecem ser pisados. Contudo, para esses casos, o karma encarregar-se-á de dar a devida resposta.
Para e quanto à Ana é só o que me ocorre dizer, uma pessoa nova na minha vida e que me vai ensinando a perder medos, a ganhar outras confianças, que me inspira (e não apenas que me influência), que tem um sentido de estilo extremamente cool, que é reservada, que sabe estar no seu espaço e preservá-lo tanto como sabe abrir os seus muros e deixar as pessoas lá entrarem. 
É uma garota especial, no final do dia. E que eu acho que todos e todas deveriam conhecer porque o mundo é feito de gente honesta, real, divertida e responsável. Pão, pão, queijo, queijo. Que sabe criticar sem ofender, construtivamente, sem invejas ou falsas intenções. 
A Ana é assim... 

Foto: Luís Octávio Costa (@kitato)




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