April 2008 - Cláudia Paiva Silva

Wednesday, April 30, 2008

Hoje...
April 30, 20080 Comments
A paz entra na alma dos homens quando eles compreendem a sua unidade com o universo e com todas as suas forças, e quando compreendem que no centro do Universo habita o Grande Espírito, e que este centro está de facto, em toda a parte; está dentro de cada um de nós. Black Elk
Reading Time:

Tuesday, April 29, 2008

Hoje...
April 29, 20080 Comments
Pensa em fazer-te o que gostarias que os outros te fizessem; em tratar-te como gostarias que os outros te tratassem; em amar-te como gostarias que os outros te amassem. autor desconhecido
Reading Time:
Ressaca de mim...
April 29, 2008 2 Comments
São ultimamente muitas as vezes em que fico a ressacar da minha própria pessoa. Não o faço por mal, os problemas acumulados, as situações limite, as doenças familiares (e as tricas também) resultam na sua maioria em ataques de ligação à corrente em que eu mesma já me tentei controlar, mas não consegui. Não é por pura impulsividade, acreditem! Eu sou a típica pessoa impulsiva e já bati muitas vezes com os cornos (sim, esses mesmo!) no chão à pala de tanto descontrolo parvo (aka impulsos). Agora estar ligada à corrente implica inteligência. É nestes dias em que me sinto com mais energia e consigo falar sobre vários assuntos ao mesmo tempo, estar com maior atenção nas aulas e tirar mais apontamentos, já dei por mim a escrever autênticos testamentos com diagramas e cores e tudo do mais maricas que haja! Sinto-me em grande nestes dias. Claro que o senão é o facto de nem todos os meus amigos se sentirem com tanta pedalada, ou com vontade e paciência de me aturarem. Muitas vezes perdem o fio à meada das minhas histórias ou ficam mesmo chocados com a rapidez da minha cabecinha sonhadora. É um problema, mas uma coisa é certa: preferem-me ver assim do que cabisbaixa. Não há nada pior que uma Cláudia aborrecida com a Vida! Claro que até eu depois me canso, como é o caso de hoje. Mas vou seguir o conselho de Miguel Vieira, o Vidente das Estrelas (Oráculo de Bellini), e vou dormir. (Só não entendo a razão pela qual a maioria do pessoal aparecer no messenger a partir da meia-noite...)
Reading Time:

Monday, April 28, 2008

Little Fish (Raia Miúda)
April 28, 20080 Comments
Um dos melhores filmes de cinema "alternativo" que vi ultimamente chama-se Little Fish. Passa-se na Austrália, arredores de Sydney, mais concretamente num dos muitos bairros de imigrantes chineses, denominado Little Saigon. Sobrevivendo a um passado de drogas, Tracy (pela minha paixão Cate Blanchett), vive ainda com a mãe e com o irmão, trabalhando e bem num videoclube com o amigo Mingh. A loja ao lado da deles está para venda e o sonho de ambos é comprá-la para abrir um cybercafé. Mingh até prometeu a Tracy que seria ela a gerente do mesmo, uma vez que a rapariga tem imenso jeito para a coisa. Mas aos 32 anos, sem qualquer tipo de fundos monetários e um passado duvidoso onde fraudes com cartões de crédito estão envolvidos, nenhum banco aceita emprestar-lhe dinheiro. Começa a mentira piedosa a todo o mundo. O banco emprestou-lhe a quantia e o processo estará resolvido durante o fim de semana. Jonny, vietnamita, 32 anos, ex-toxicodependente, ex-namorado (unnnnn.... não me cheira) de Tracy regressa da suposta estadia em Vancouver onde supostamente esteve a trabalhar como corretor da bolsa (unnnnn.... também não me cheira), com dinheiro e grandes planos de riqueza. O que eles ainda não sabem é que esse dinheiro irá ser alvo de grandes confusões que levarão à morte (acidental?) de Lionel (Hugo Weaving como nunca o tinha visto, à excepção talvez de Priscilla, Rainha do Deserto), antigo e grande jogador de rugby australiano, e protector de Tracy e do irmão Ray, desde que eles eram crianças e, de The Jockey (Sam Neil), um magnata obviamente pouco escrupuloso, que compra serviços sexuais a jovens adolescentes. Quando mais queremos nos afastar do passado tormentoso, mais as situações nos levam a encarar tudo de novo.
Reading Time:
Praias Portuguesas, Época Balnear
April 28, 20080 Comments
Ainda não começou a Época Balnear 2008, mas há já quem se faça ao mar apesar de correr imensos riscos. Numa altura em que as águas ainda estão obscuras, em que as marés não andam lá muito bem definidas, basta relembrar o que tem acontecido nas praias ultimamente com as quebras de fonte de areia, uma pessoa tentar ir ao mar é capaz de se tornar perigoso. Este fim de semana foi de calor. Aquele frio esquisito que começa a fazer-nos transpirar e a aquecer as nossas salas enregeladas pelos Invernos mais rigorosos... Já se sabe, Portugal é um país de brandos costumes mas tem um Sol invejável e, como bons lagartos que somos, depois de hibernar nas roupas quentes e escuras toca a despir de preconceitos e vamo-nos fazer aos areais. Às vezes corre bem, outras bastante mal. A água está fria e as correntes, embora nem sempre se vejam, estão lá e são fortes. Infelizmente sofremos de outro problema. A época de banhos ainda não começou e não há ainda concessionários para "protegerem" os banhistas mais atrevidos. Quando as alterações climáticas começam a fazer trapalhadas com o tempo atmosférico há que pensar em alternativas: "A montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha"; logo convém iniciar a época mais cedo, ou pelo menos, durante os fins de semana, principalmente os prolongados, quando o calor aperta e não dá vontade de andarmos só de maozinha dada pelos passeios marítimos ou ficar a beber imperiais nas esplanadas. Este fim de semana morreu um rapaz de 20 anos (ia escrever puto, mas acho que ficava mal empregue) na Costa da Caparica. Viu-se aflito no mar. Presume-se que tenha ficado de tal forma gelado que os músculos e a circulação pararam, e não teve forças para regressar a terra. O mesmo sucedeu-se na Foz do Lizandro (Ericeira), mas os dois homens conseguiram sair pelo seu próprio pé apesar dos sinais evidentes de hipotermia. Ou seja, o mar para além de matreiro está frio. Sabendo-se à partida que no Verão as águas ficam bem mais frias que durante o Inverno (viva a Nortada e o upwelling costeiro), chego a desconfiar que as pessoas apenas o fazem porque andam desejosas de darem apenas um mergulho pequenino. Se a consciência humana não se pode mudar, pelo menos que se mudem as políticas marítimas costeiras...
Reading Time:
Ambientalista assanhada!
April 28, 20080 Comments
É verdade... Hoje em dia uma pessoa perde a cabeça sem saber o que fazer ou como fazer o que quer que seja para ajudar o ambiente. Essa coisa tão frágil do qual nós fazemos parte! Sim, porque nós é que fazemos parte dele e não ele de nós! A nossa vida é feita toda em função do ambiente em que vivemos, seja ele social e físico, seja ele espiritual e biológico! Ontem caiu a notícia da semana! Quais eleições no PSD, quais confusões entre Santanistas e Ferreiras Leitistas e Jardinistas... A nóticia da semana ocorreu na Ericeira! Ao reutilizarem oleo vegetal de cozinha para o motor dos carros do lixo, sabem o que é, aquelas coisas grandes que vão recolher o lixo nos latões, cometeram um grave erro no que toca à economia nacional. Parece que o governo português ganha uma comissão de 50% pelos combustíveis fósseis que utilizamos diariamente e como tal, a sua não-utilização resulta numa multa. Passo a explicar, na Ericeira, a Junta de Freguesia optou por um sistema não-poluente de combustível e está neste momento a dever dinheiro ao Estado. A notícia pode ser lida no site do Público, ou já aqui:
"A junta de freguesia da Ericeira foi multada em sete mil euros utilizar óleos reciclados para mover os carros do lixo, em vez de comprar combustíveis fósseis, pelo que o Estado se considera lesado. O presidente da junta, citado pela TSF, já garantiu que não vai pagar a multa.Joaquim Casado explicou que há vários anos que recorrem aos óleos usados mas que só agora a Direcção-Geral de Finanças do Ministério da Economia e a Direcção-Geral das Alfândegas o informaram da necessidade de legalizar a produção de biodiesel. “Fiz todos os esforços para me legalizar e, depois de preencher uma série de requisitos, fiquei espantado ao deparar que a quota está esgotada no país”, acrescentou o presidente da junta.A ASAE multou, assim, a Ericeira em sete mil euros por lesar o Estado ao “deixar de comprar combustíveis fósseis”, não arrecadando este “a percentagem de 50 por cento”. Contudo, Joaquim Casado já adiantou que não vai pagar a multa, até porque a freguesia recebe apenas 55 mil euros do orçamento geral do Estado.O presidente social-democrata já pediu ajuda a vários grupos com assento parlamentar e a várias associações ambientalistas mas obteve poucas respostas. Por agora, os carros de lixo da Ericeira deixaram de usar biodiesel.A junta de freguesia da Ericeira afirma que foi pioneira na recolha porta-a-porta dos óleos usados que começou por entregar a uma empresa de produção de biodiesel. "Com esse dinheiro comprámos fotocopiadoras para todas as escolas do ensino básico e só mais tarde é que se avançou para a produção própria de bio-combustível", disse Joaquim Casado.Freguesia sente-se injustiçada por ser amiga do ambiente"A nossa imagem é reconhecida por muitas autarquias do nosso país que nos visitam e tentam seguir o exemplo dos nossos projectos", afirma o presidente da junta numa carta dirigida a todos os grupos parlamentares da Assembleia da República onde denuncia o que considera "uma sanção injusta" junto de quem "tenta ser amigo do ambiente".Segundo o autarca, a junta recolhe óleo alimentar "em todos os estabelecimentos de restauração, hotéis e escolas" tendo criado "oleões" de rua junto dos ecopontos. Mensalmente e desde há vários anos a junta de freguesia recolhe entre quatro a cinco mil litros de óleo vegetal usado. Desde Junho de 2007 os óleos são valorizados numa central de transformação onde é produzido bio-combustível e glicerina."O respectivo bio-combustível é utilizado em 14 viaturas da junta de freguesia, a parte restante ofertamos aos bombeiros do concelho e às instituições particulares de solidariedade social do concelho, assim como cinco litros ao cidadão comum que o queira experimentar na sua viatura", adianta o autarca social-democrata.Com a glicerina estão a ser feitas experiências para a produção de sabão e sabonete com o objectivo de ser doado às 144 famílias carenciadas da região. "É de ficar consternado com a atitude que nos é aplicada, sem compreensão, sem apelo à preservação do ambiente, sem valorização ao produto já utilizado, visando única e simplesmente a receita financeira", conclui.Ao mesmo tempo Joaquim Casado informa que tem em circulação uma viatura modificada que funciona através de um sistema de painéis foto-voltaicos e que utiliza energia solar. "Temos a viatura a circular diariamente sem custos com energia, que é 100 por cento ecológica. Será que teremos que pagar um imposto adicional por aproveitamento do sol?", interroga a freguesia da Ericeira."
Reading Time:

Sunday, April 27, 2008

Hoje
April 27, 20080 Comments
Vi mais do que posso explicar e entendi mais do que pude ver; pois vi no espírito, de maneira sagrada, as formas de todas as
coisas tal como elas devem ser: juntas, numa única coisa. Black Elk
Reading Time:

Friday, April 25, 2008

25 de Abril....

Monday, April 21, 2008

O Poder da Febre/ o Poder da Amizade
April 21, 20080 Comments
Foram precisos dois febrões, dois quase-desmaios e uma catrefada de espamos musculares, para eu perceber de que andava completamente errada em relação a quase tudo. Não que estivesse numa fase má, nada disso, mas pura e simplesmente, o radar deveria estar avariado e a apontar para os locais mais incríveis e despropositados. Isto em relação a pessoas. (O resto felizmente estava e ainda está bem). É preciso uma pessoa estar no seu pior.. no seu bem pior, para que, sabe-se lá como ou porquê, apareça uma alminha vinda também não se sabe bem de onde pôr-me a cabeça, o tronco e os membros no seu lugar certo. É nestas situações que aquela frase cliché: nos piores cenários acontecem milagres, faz todo o sentido. Existem luzes à nossa volta, prontinhas a darem a cara quando são realmente necessárias e depois voltam a desaparecer durante uns tempos. E atenção, não são necessariamente os nossos "melhores amigos", por vezes são pessoas que nem sequer nos conhecem bem. Eu já não procuro mais, já sei que existem e já sei quem são.
Reading Time:

Wednesday, April 16, 2008

Deus deve escrever direito por linhas tortas...
April 16, 20081 Comments
Mas na minha opinião, é mais uma espécie de karma mau que eu tenho. O motivo? Quando tenho que estar o mais saudável e desperta possível, para tudo de bom que tem acontecido nos ultimos tempos, em todos os aspectos da minha vida, fico de cama, doente, com todos os músculos do meu corpo a doerem-me como se estivesse com a maior gripe do mundo. Nem dormir consigo! Eu, que nunca tenho tosse, agora, não páro de tossir! Afastem-se de mim, sou um pólo de bactérias com certeza! Irra! (E hoje não fui para Lx, mas amanha não escapo e ainda por cima o tempo está a piorar!)
Reading Time:

Tuesday, April 15, 2008

De Homens e Mulheres
April 15, 20080 Comments
Um bom tema para blogar sobre, according to Mr. C.. Em franca cavaqueira com uma daquelas raras pessoas que nos aparecem na vida e que penso serem extraordinárias, ontem, pelas primeiríssimas horas da madrugada, chegámos à conclusão de que um bom tema de debate para o meu ilustríssimo blogue seria "As desculpas que as mulheres poertuguesas dão para não fazerem o "amor"." Após um mini debate sobre o assunto, decidimos que todas as desculpas são esfarrapadas (à excepção da hipotese "amanha será um dia de trabalho muito extenso e intenso") pelo que ficou no ar a ideia que no geral da coisa, este fenómeno da "dor de cabeça" é herdado geneticamente de mães para filhas e, em 2º lugar, o facto de sermos um país de fortes tradições: xaile negro, tristeza, a saudade e a falta de sexo!
Não tendo eu forte experiência no assunto aqui desenvolvido, acho que tanto homens como mulheres devem fazer sexo conforme a sua vontade, sendo desnecessário o recurso à mentira quando a palavra a se impor é um NÃO redondo. Não, porque pura e simplesmente não me apetece, não porque não quero, ou não porque estou com o período e não me dá assim gozo nenhum. Assim sim! Isso é que são desculpas normais e decentes e no mínimo mais realistas e verdadeiras, agora o resto são balelas, embora também deva dizer que ninguém me ensinou a inventar histórias.
Sou como sou e se não quero, não quero, não vale a pena insistir e, na maioria das vezes não quero mesmo, porque (com todo o devido respeito), não sou como umas e outras que andam sempre com as pernas abertas, porque gostam.
Portanto, homens de Portugal e do restante mundo, aprendem a interpretar sinais femininos de rejeição, escusam de ouvir que não querem e ficarem, literalmente, na mão. Enquanto a nós, aconselho vivamente a não deixarmos assentar ideias no sotão, retrógradas e parvas. Sim é sim e não é Não, aqui e em qualquer parte do mundo, tem é que se aprender a dizê-lo de forma convicente.
By the way, fora de context, o unico senão sobre este tipo chanfrado da corneta, Mr. C., é o facto de ser benfiquista. Opá, doeu-me o coração.
Reading Time:
Palavras-chave (shiuuuuuu....)
April 15, 20080 Comments
Inferno, quente, entranhas, extrusivo, vulcão, lava, pedra, vazio, vácuo, caldeira, paixão, amor, violento, carnal, bruto, brutal, tango, ninguém, nada
Reading Time:
Hold Still (2)
April 15, 20080 Comments
Inspired by D.F.
Hold still, stop there, freeze this moment, aloud me to record it in my heart, where everything about you belongs.
Come home soon, I miss your presence, your stupid jokes and weird behaviour; I miss your eyes and the way you look at me: Retenho-te na memória da alma onde sem te aperceberes deixaste a tua marca de uma forma tão banal e tão rápida que o meu peito explodiu de tanta emoção e fiquei tonta só de o sentir. Agora quero guardar esse momento para mim. O que eu vi ou senti, mais ninguém o viu, melhor assim.
Tenho-te para mim e tenho-te para sempre.
Reading Time:

Sunday, April 13, 2008

Hold still (1)
April 13, 20080 Comments

Por David Fonseca

in this little town

cars they don't slow down

the lonely people here

they throw lonely stares

into their lonely hearts

i watch the traffic lights

i drift on christmas nights

i wanna set it straight

i wanna make it right

but girl you're so far away

oh, hold still for a moment and i'll find you

i'm so close, i'm just a small step behind you girl

and i could hold you if you just stood still

i jaywalk through this town

i drop leaves on the ground

but lonely people here

just gaze their eyes on air

and miss the autumn roar

i roam through traffic lights

i fade through christmas nights

i wanna set it straight

i wanna make it right

but man you're so far away

oh, i'll hold still for a moment so you'll find me

you're so close, i can feel you all around me boy

i know you're somewhere out there

i know you're somewhere out there

oh, hold still for a moment and i'll find you

you're so close, i can feel you all around meand

i could hold you if you just stood still

oh, i'll hold still for a moment so you'll find me

i'm so close, i'm just a small step behind you

i know you're somewhere out there

i know you're somewhere out there

i know you're somewhere out there

Reading Time:
Do pó vieste, ao pó regressarás...
April 13, 20080 Comments
"Same Old Stuff"- The Feeling
My love look me in the eye don't lie
Whats eating you inside
I know someone said I aint your kind
Who knows that maybe their right
Do you feel it in your bones
And bones beneath your skin
And the blood that flows within
I thought it was obvious
My love we're made of the same old stuff
Same old stuff
It's not hard
Just look at how close we are
Instead of how far
My love we're made of the same old stuff
Same old stuff
It's not hard
Just look at how close we are
Instead of how far
So what tell me what you got to hide
Do we all get pulled back sometimes
You feel cold
You feel so low
Just the same as iI feel it in my bones
And I feel it in my skin
And the blood that flows within
I thought it was obvious
My love we're made of the same old stuff
Same old stuff
It's not hard
Just look at how close we are
Instead of how far
I did it your way
Don't push it baby
Theres nothing more than bones and impressions now
Same old, same old, same old
There's nothing more
Same old, same old, same old
There's nothing more
My love its time
My love.
Same old, same old
Same, same old.
Reading Time:

Saturday, April 12, 2008

Já não farei nenhum curso... (Se Te Queres, ALVARO DE CAMPOS)
April 12, 20080 Comments
Não que não queira, verdade seja, mas na altura certa, desisti, não me perguntem porquê. Encaremos como medo de apanhar um comboio da Linha de Sintra às 23.00 e chegar a casa pela meia noite em Queluz. E a minha rua virou quase uma favela, em coisa de 5 meses. Pode ser só uma desculpa, mas quem sabe se não é melhor pensar assim...
"Se Te Queres"
Se te queres matar, por que não te queres matar?Ah, aproveita!
que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por atores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fím?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E, de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros,
sobretudo a morte,
Porque é coisa depois da qual nada acontece aos outros...
Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...
Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste.
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.
Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência! ...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?
És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjetividade objetiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?
Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente,
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células noturnamente conscientes
Pela noturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atômica das coisas,
Pelas paredes turbihonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...
Reading Time:

Monday, April 07, 2008

Escrever por aí....
April 07, 20080 Comments
Tenho uma obsessão nova. Cidades. Cidades com Luz, que me trazem boas recordações. Recordações recentes. Lisboa é uma delas. Lisboa é a minha cidade. Não vivo lá, nem nunca vivi, mas a proximidade ao subúrbio onde vivo é relativamente pequena e em 20 minutos de transportes públicos já lá estou, mesmo no centro da metrópole. Tem a Luz, tem ainda os bairros, tem o Castelo e tem o Tejo, que embora não sendo nosso, não brilha mais em Espanha do que cá. Tenho outra obsessão, mais antiga. Escrever. Adoro escrever, escrever tem em mim o mesmo efeito que cantar, lava-me a alma de todos os medos e contradições e pecados e ansias. Poderia às vezes ficar a escrever horas e horas, no computador, com lápis ou caneta em papel solto, em blocos de notas, em cadernos comprados especificamente para esse efeito. Adoro comprar cadernos e canetas, sempre com ideia de escrever. Não de inventar histórias alheias à realidade, para isso já me basta a vida quotidiana, mas histórias a partir de coisas que vejo. Para além da fotografia (nova obsessão outra vez), escrever é a unica forma que existe de salvaguardarmos a nossa vida, quando já não tivermos capacidade para sabermos quem somos. Existe um local que nos ensina a expressar melhor o que queremos escrever, tendo como cenário o Chiado. Chama-se Escrever, escrever e é composta por um núcleo bem definido de pessoas que são capazes de nos explicar as formas da escrita, de jeito a que outras pessoas possam ler e ver aquilo que nós vemos e escrevemos. Todos os meses há cursos novos. Eu vou-me inscrever no curso de Escrita de Viagens. Nunca viajei muito, mas sempre tenho mais fotografias de outras paisagens que muitos amigos meus, não me posso queixar; mas a curiosidade deste curso é que após as aulas teóricas, que são 4, começamos no reconhecimento da cidade em redor do Largo Camões. Chiado/Baixa e Bairro. Os 3 locais de eleição para inspirar os menos inspirados, de forma a que as ninfas do Tejo façam o seu trabalho.
Reading Time:

Sunday, April 06, 2008

K Galeria /Kameraphoto
April 06, 20080 Comments
Não é só um hobbie, é um divertimento, um trabalho, uma obsessão. O grupo Kameraphoto, foi criado em Janeiro de 2003, por um grupo de pessoas especiais. Especiais no sentido em que vindas de vários mundos diferentes tinham em comum o gosto pela objectiva fotográfica e gosto pelas histórias vividas e que podiam ser reportadas através da mesma. Desde artistas plásticos a geólogos, passando por jornalistas freelancers ou fotojornalistas, o colectivo Kameraphoto desde sempre tentou mostrar mais do que aquilo que o olho às vezes não vê. Ou melhor, vê, mas não repara, não detalha, não retém na memória. As fotografias são sem dúvida a melhor maneira de nos recordarmos de algumas histórias das nossas vidas ou das vidas dos outros, e se formos nós a contá-las (a fotografá-las), melhor ainda. Assim sendo, em 2005 foi aberta na Rua da Vinha, 43-A (Bairro Alto), a KGaleria, onde não só os membros fundadores do grupo bem como qualquer outro artista independente (eu ou qualquer outra pessoa), possam expor os seus trabalhos. O que a distingue das demais? Não se deixa levar por modas, todos os trabalhos expostos são trabalhos de autor, independentes de qualquer marca ou etiqueta comercial, são todos humanos, e mesmo que mostrem o lado cor-de-rosa da vida, fazem-no com algum objecto eficaz e directo. Não conhecendo em pormenor o trabalho de todos os artistas, destaco a presença da Pauliana Pimentel (antiga colega de curso e formadora do Workshop de Fotografia Geológica que tem vindo a acontecer todos os Outonos no Departamento de Geologia da FCUL), e faço o convite a visitarem o espaço, inspirarem-se e começarem a disparar os flashes das câmaras.
Reading Time:

Saturday, April 05, 2008

Teatro Villarett- A Gorda (Embora seja o dia-a-dia)
April 05, 20080 Comments
Helena é gorda. Não vale a pena dize-lo de outra forma, a moça é mesmo gorda. Não é lontra, nem cheinha. É pura e simplesmente, GORDA. E, tal como eu sou sincera e frontal, também ela o é, e não se importa nada com isso. Sente-se bem com o corpo que tem, e, caso a coisa comece a resvalar a insanidade o resultado psicologicamente poderia ser grave e não há nada pior do que nos vermos obcecados com a nossa imagem, embora as Zaras, Mangos e companhias já comecem também a abusar no que toca a números de roupa. Está num restaurante a comer a sua 2ªa fatia de piza (espero que fatia grande, porque por experiência, só uma não alimenta ninguém). Tomás é um pão. Literalmente um pão. Não é apenas giro, engraçado, bonito, é mesmo um PÃO! Daqueles homens que são tudo aquilo que uma mulher precisa (conheço alguns, vá, para não dizer apenas 2!, assim). Fortes e lindos e esbeltos. Principalmente esbeltos. Nós podemos ser feias e tal, mas eles, devem ser lindos. É verdade. Digam o que disserem, eu não vou olhar para um tipo que aos meus olhos não seja mesmo mesmo giro (ok.. tive um pequeno desair na minha ultima aventura, mas pronto... feio é, bonito lhe parece). Tomás está num restaurante a comer a bela da salada. O restaurante da piza e salada é o mesmo. Tomás olha para Helena e vice-versa e a curiosidade leva ao namoro quase impensável aos olhos da sociedade moderna. Aqueles namoros que nós dizemos, "estragou-se uma casa", que não percebemos o que um rapaz tão lindo viu numa tipa como aquela. E Viva o Preconceito pelo FÍSICO! Começo a desconfiar que a Química das relações é só para inglês ver não? O namoro até corre bem. Ele parece gostar mesmo dela e ela dele, embora ela não seja parva de todo. Sim, Helena não é parva e como tal, sabe que mais tarde ou mais cedo haverá bronca quando tiver de conhecer os amiguinhos do dito-cujo. Amigos esses que valha-nos Deus! Joana é uma falsa. Ex-namorada de Tomás, irá de certeza fazer-lhe a vida negra, já Castro um outro colega de trabalho irá por em causa o relacionamento porque não percebe o que Tomás vê na "gorda" com que ele anda. Pura e simplesmente, no meio das gargalhadas que este texto acarreta e provoca, vem sempre aquela sensação de dejá vù. Estivemos todos naquela mesma situação mais tarde ou mais cedo na vida. Aquela coisa do ideal de beleza que é preciso ter para se ser alguém ou conseguir namorar com aquele rapaz tão janota. Mas é verdade. Ninguém é recepcionista num Hotel de 4 estrelas sem ter uma boa apresentação e imagem. A maioria dos anuncios comerciais pedem raparigas e rapazes com boa cara e já agora, bom corpo também. E em termos de ética empresarial, o/a chefe sempre pode dar umas abébias aos funcionários por serem mais atrevidos nos decotes ou nas calcinhas justas ao corpo, logo a imagem conta muito. E o resto? Serão as pessoas que se vergam aos parâmetros da moda, mais felizes? Bom.. eu estou novamente na casa dos 70 kilos, mas ninguém dá por isso à minha excepção. Noto logo que aquela banha está a mais. Mas perco peso com base em 2 litros de água por dia, muita comida saudável essencialmente e um ritmo nervoso que dá cabo dos ritmos nervosos de muito boa gente, Aahahahahahah! Adoro ver o pessoal a stressar com o meu stresse natural. Isto para dizer que sigo a moda. Ah pois. Antes não ligava, mas agora? Sou mesmo uma fashion victim.. e Acredito piamente de que a imagem não é tudo. A química das relações é também importate. E pode haver muita física, que sem química nunca de passa dos preliminares. Tomás e Helena têm tudo para serem felizes, desde que sigam o seu próprio coração e não a consciência dos outros.
A Gorda (Fat Pig), uma obra semi-autobiográfica de Neil Labute, um mormon com antigos problemas de peso e consciência por isso.
Reading Time:

Friday, April 04, 2008

Semana de loucos..não.. esperem, mês de Loucos!
April 04, 20080 Comments
A minha vida dava um filme e quem me conhece minimamente bem, sabe bem disso. Se a ultima semana foi um chavascal de tanta loucura, de tanta agitação, de tanta informação, que muito se deve à chegada da malfadada Primavera (fui bombardeada com esse comentário ao longo do último mês, literalmente), o mesmo posso dizer em relação ao ultimo mês. Sim, porque desde dia 8 de Março até hoje, dia 5 de Abril, isto não tem parado. Ora é por causa da faculdade, ou por causa da famelga, ou por causa de causas perdidas, pessoas que eu pensava serem de uma forma, serem de outra completamente diferente (campo pessoal), enfim. Uma autêntica agitação. Contudo, devo dizer que quanto mais agitada é a minha vida, mais animada eu fico, pelo simples motivo de a estar a viver. Estar mesmo a Viver e não a ficar sentada (como tenho feito ao longo dos ultimos anos), à espera que as coisas venham ter comigo. Ora que caraças, se é para levar com os pés, que leve, não posso é deixar passar tempo sobre as situações. Se é para ter notas boas ou más nos trabalhos, que tenha, para isso é que ando ainda na Faculdade (até só Outubro, se tudo correr bem....), mas já não consigo é estar parada. Ando a acordar às 06.00 e a sair do trabalho às 19.00. Isto chama-se amor à camisola, coisa que me faltou logo quando devia, mas mais vale tarde que nunca. Não me estou a queixar, atenção! Estou apenas a constatar um facto. Com tanta coisa a acontecer, é dificil uma pessoa pensar nas situações menos boas que também por cá passam, e mesmo à noite, antes de adormecer (ou basicamente entrar em coma, porque deve ser isso que me tem acontecido), só me lembro realmente das melhores, ou daquelas que de uma forma ou de outra, me têm tocado e marcado ao longo dos ultimos tempos, e pensem como quiserem, foram coisas boas sim...(mesmo que eu não perceba bem as pessoas em meu redor, que presumo serem apenas loucas, tal como eu...ou então estupidas, também é possível).
Agora só me resta esperar que a minha vida continue assim, agitada e tal, mas de forma positiva e construtiva, sendo que de certa medida, eu às vezes precise de meia hora para respirar fundo, pensar no que fiz e disse, assentar ideias e começar de novo. Ainda que o meu ritmo seja acelerado demais para a maioria dos mortais, não é acelerado para mim, portanto irei continuar tal como estou, no cume do tempo.
Reading Time: