Preâmbulo - Cláudia Paiva Silva

Friday, February 25, 2022

Preâmbulo


Fonte: Presidência da Ucrânia



Pese a Guerra, outra guerra que estamos prestes a enfrentar e combater, uma guerra física, bélica, e já não (apenas) contra um vírus - algo impalpável e invisível, mas que também deixou e deixa rasto de morte e doença, existem momentos, celebrações que irão ser mencionadas depois deste preâmbulo.

Quando pensávamos que o pior tinha passado, que 2022 seria o início do fim, da mudança há muito esperada, veio (mais) um homem para provar que afinal, nada mudou. Que afinal os sentimentos, as ações, os desejos e ânsias de Poder estão bem presentes e vivos. Mais vivos que nunca. Numa Europa, num mundo, que se diz global ou globalizado, escassa a empatia, a simpatia, o respeito, imperando o preconceito, a malícia, os fossos socioeconómicos cada vez mais gritantes e gente, muito gente, que quer que essas mesmas diferenças sejam ainda mais profundas, para que se saiba exatamente quem é o predador e a presa, quem manda e quem obedece - num ciclo vicioso que mais uma vez espelha bem a nossa sociedade moderna, uma sociedade de aparências também, mas principalmente de arrogância. 

A Ucrânia é um Afeganistão - em breve será novamente esquecida. Tendo ganho a sua independência enquanto país soberano em 1991, após a queda do Regime Soviético (aliás, duro golpe para o "império" Russo), muitos foram aqueles que, nomeadamente junto às fronteiras, preferiram ficar do lado nacionalista anterior. E, verdadeiramente, com excepção de alguns países mais ricos, que puderam crescer economicamente, todas as outras antigas províncias da URSS, tornadas também elas países, pouco prosperaram, tendo-se aliás tornado alguns dos países mais pobres da Europa. É assim fácil perceber o que, após 2 anos de pandemia, "aquele" homem quer - mostrar que sendo a segunda maior força bélica mundial, facilmente conseguirá recuperar todas as suas antigas nações, múltiplas e variadas, não olhando a meios (nem a pessoas) para esses fins. Mais genocídio, menos genocídio, a Europa foi conhecendo os vários ditadores (de direita e esquerda) e os seus poucos limites e falta de ética. #weprayforUkraine mas na verdade isso não faz qualquer diferença. Fará quando a NATO pegar não apenas nas armas mas entrar em grande na ação da História? Quando se irá resolver Biden em admitir que apenas "sanções" não vão resultar para travar as ideias de Putin? Porque hoje em dias as guerras são na verdade mais do que carne para canhão. São essencialmente negócios e dependências energéticas, produtos e bens comercializados - toda uma interdependência total que afeta não apenas quem fabrica e vende, mas essencialmente quem necessita e compra - e a verdade também é esta, dependemos ainda e muito de uma Rússia. 

Para onde irá pender o equilíbrio das Nações? 

"O traço comum é a crença em modelos de sociedade que não são democráticos e que põem em causa toda a construção do ordenamento internacional, que é o do liberalismo, que tem expressão na democracia. Um dos motivos da obsessão de Putin com a Ucrânia é também o receio de que a liderança pró-ocidental da Ucrânia transforme o país numa democracia saudável e funcional e que isso faça perder completamente a capacidade de influência da Rússia nesse país. É uma linha de pensamento autoritário." Sandra Fernandes, aqui: Revista Visão

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