December 2014 - Cláudia Paiva Silva

Wednesday, December 31, 2014

Cores de Inverno

Thursday, December 25, 2014

Feliz Natal
December 25, 20140 Comments
Há coisas que não se explicam, apenas se sentem... e ouvem-se sem resposta. Porque não há resposta. É como é e é o que é. E trazem sossego, amor, paz e sorrisos que só nós compreendemos. Apenas isso. 
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Wednesday, December 17, 2014

No meu mundo
December 17, 20140 Comments
Num mundo só meu, seríamos todos guerreiros. Espada, escudo, arcos e flechas. Viveríamos prosperamente em reinos, lutaríamos apenas em caso de ameaça de conquista. Seríamos auto-sustentáveis. Mesmo que com recurso a mecânica. Seríamos cultos, cultivados e semearíamos cultura também. Não nos esqueceríamos do Passado, tentando não repetir erros no Presente. O Futuro seria o resultado final do equilíbrio das massas. Proporcionalidade. Dar sem pensar em receber, mas a receber, que fosse com coração. 
Vivemos na realidade, a realidade em desarmonia. Para com a Natureza, claro, para com a própria Humanidade. Aprendemos a viver tão rapidamente que isso inclui a nossa visão perante a própria vida. Queremos mais para termos mais e não pensamos que com isso, vivemos pior, ou não vivemos de todo. Sim, o dinheiro faz falta, mas deixamos de possuir o que nos torna humanos (os sentimentos, a capacidade de sentir compaixão, altruísmo), para simplesmente não sentirmos nada. Vivemos anestesiados às desgraças, as nossas próprias desgraças, ao nosso umbigo. Não conseguimos ver que em nosso redor à quem viva pior, não conseguimos sequer fazer a comparação para que, mesmo egotisticamente, possamos ter alguma esperança (com o mal dos outros, posso eu bem). Nada!
Somos cínicos, mentirosos, maus, patéticos. Vivemos sem paciência e cheios de inveja que, quantas vezes se transforma, mesmo que momentaneamente, em ódio, em violência. 

Juro que não são raras as vezes em que fico farta - também eu fico sem paciência para a falta de paciência dos outros. Perco a força para lutar contra a inércia de lutar dos outros. As energias negativas começam a afectar todas as positivas que ainda restam.

Às vezes ainda consigo ser mórbida ao pensar: se a escola do Paquistão que foi atacada, não fosse no Paquistão, mas em Portugal, seria possível que continuássemos a viver numa bolha? É que nada nos parece afectar. Com excepção do futebol - o ópio do Povo. Nada nos toca. Somos maus e estamos contaminados. 

Precisamos de Paz. 


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Tuesday, December 02, 2014

December 02, 20140 Comments
O Natal tende a juntar pessoas. Ou pelo menos seria esse o objectivo. Contudo, a meu ver, as pessoas deveriam juntar-se ao longo de todo o ano e não apenas em alturas específicas. Principalmente alturas em que penso que seja o Pior e não o Melhor de nós a vir ao de cima. Nos ímpetos de um universo de consumo, de querer tudo e mais alguma coisa, de sermos os melhores, de não olharmos para o lado com medo de perder o lugar na fila, acabamos por nor tornar monstros. Somos maus, mas pior que isso, somos cínicos, quando deveríamos ser verdadeiros uns para os outros.

Dito isto, é nesta altura em que acontecem todos os jantares e todos os reencontros. Não vou contra a maré. É realmente nesta altura do ano em que consigo reunir os meus amigos de sempre, mas não tenho já grande paciência para os jantares das empresas, muitas, com as quais cresci. 

Simplesmente porque é exactamente no seio de gente que mal te lembras, que ocorrem as grandes cenas, o "diz que disse", o tal cinismo tão desnecessário. Claro que me poderia recusar a ir, mas faço-o por motivos familiares. Não serão dois dias que me irão retirar a paciência que começa a rarear. Exactamente porque vejo a impaciência com que os que me rodeiam actuam. Desejam-se para sair de um comboio apinhado, muitas vezes ficando junto das portas e tapando lugar a pessoas que querem entrar, passam a correr passadeiras com sinais vermelhos, gritam e xingam quem apanha um táxi antes deles, mas depois, com a maior das calmas circulam pela cidade, parando de repente, não tendo respeito por quem esteja atrás, por quem queira sair nas paragens antes das deles, porque não sabem se a pessoa que apanhou o táxi o fez por distracção ou por urgência. 

Andamos numa roda viva de sentimentos negativos. Não podemos ver ninguém a sorrir ou a rir à gargalhada que só nos ocorre dizer "a tua vida deve correr-te mesmo bem, deves estar cheio de saúde ou de dinheiro". Se calhar a pessoa ri exactamente para não chorar, ou para libertar parte dos problemas acumulados. Cara feia não resolve nada. Então porque a fazemos aos que nos rodeiam? Porque temos inveja? Não deveríamos praticar o mesmo exemplo? Ouvir música, ler um livro, rir de uma mensagem tonta ou amorosa? 

O Natal é pois uma falácia. Um encapotamento do real fundo de cada pessoa sem excepção. Uns conseguem guardar mais, outros menos, mas basta realmente ver os comportamentos por vezes animalescos que se têm em estabelecimentos de consumo. O nervosismo das prendas compradas em últimas hora, para passadas 48, começar a loucura das trocas e saldos. 

O nervosismo do Natal é a continuação natural do nervosismo do dia a dia que não pode ser desculpado pela "época do Ano". 

O melhor mesmo é respirar fundo e deixar a loucura extra passar. 




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