Nem sempre é fácil fazer uma viagem interior. Nos dias que correm, falta-nos a vontade, a paciência, mas acima de tudo o tempo que se quer voraz, rápido, cada vez mais. Queremos ser nós a comandar a nossa vida e o nosso caminho, muitas vezes sem nos colocarmos no lugar do outro, mas essencialmente sem sabermos se estamos a conseguir fazer o bem a nós mesmos.
Deixar que a vida siga o seu curso, num "levar pela maré", parece, igualmente, ser cada vez mais impossível e a pressão com que vivemos, as expectativas que temos ou que colocam em cima de nós, não permitem o distanciamento correto aos nossos problemas, às situações.
Até que tudo explode à nossa frente.
A vida está a obrigar-me a fazer cedências, a tomar atitudes, a não deixar arrastar situações. Desde há um ano que consigo observar o encerramento de vários ciclos. Relações, pessoas, locais, trabalho, e, embora me tenha custado (e continue a custar), só sobrevivemos quando vivemos mesmo um dia após o outro e após o outro e após o outro e ganhamos mesmo consciência dos nossos erros, do nosso lado menos bom, o nosso upside down.
De facto, é essa aceitação que nos permite arranjar um espaço mental de equilíbrio. O saber estar bem com a nossa pele, com o nosso Eu. E essa caminhada e capacidade, nem sempre são fáceis de fazer ou atingir. Principalmente quando achamos que o que era a nossa vida anterior, fazia parte do plano "natural e normal" do que era esperado de nós - mas a questão é que nem sempre o que é bom para os outros, faz-nos realmente bem.
Quando a vida explodiu à minha frente, terei finalmente percebido, com grande grau de desconforto, de dor, de mágoa, e com tempo que ainda hoje, agora, se sucede, que foi o melhor que me terá acontecido, bem a quem me rodeava, embora ainda pairem muitos pontos de interrogação no ar.
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