Depois de uma conversa cujo início subtancialmente aleatório levou à carcaterização da Fé na Ciência e na Fé num Deus, acabei por, a caminho de casa, reparar na mais pura das verdades humanas e como tal, espirituais, pois nada de alma se faz sem corpo, nem nada de esotérico se pensa sem a humanidade que individualmente todos deveríamos ter.
"Se Deus existe, Hansi? - supreendera-se um dia Groves, a meio de uma conversa de circustância em que, não sabendo o que dizer a seguir, ele se permitira negar tudo o que não pudesse ser provado em laboratório. - É evidente que Deus existe. Existe nas Escrituras. Existe na arte. Existe na tradição e na fé. Na cultura. Nenhum mito foi tão ampla e repetidamente emulado, e evocado, e questionado, e protegido. Deus existe como existem e permanecem disputáveis todas as grandes criações humanas. É a suprema obra de arte. Declarar a inxistência de Deus é rejeitar a capacidade de abstracção do Homem. É rejeitar a própria Ciência." (Meridiano 28 de Joel Neto, Editora Cultura)
Daí que, se o mar abriu pelo recuo das águas (e potencial tsunami) após um dos muitos sismos que proliferam toda a região do Médio Oriente, deixará de ser menos válido o milagre? Ou será o evento natural em si uma prova de Deus? Se cada episódio de milagre é obra de uma entidade concebida como criadora, será menos válido assumir que o Homem que salva a vida de alguém, que luta contra as chamas, que ultrapassa obstáculos, que pisa a Lua e irá mais além, não dá provas de santidade também?
Imagem: Sweet Gula
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