Para quem não sabe, Salónica é a segunda maior cidade grega na entrada para a Macedónia. Uma daquelas cidades multiculturais, datadas desde o tempo dos romanos, até aos dias de hoje, onde os povos do costume se foram habituando à presença uns dos outros, sem conflitos, sem guerras, em paz. Uma cidade onde era possível viver em liberdade, respeitando a liberdade dos outros, até que alguém se lembra (há sempre alguém que se lembra) de que a Paz é um conceito muito bonito, mas muito monótono também. Escrito num tom quase académico, não deixa contudo de ser brilhantemente emotivo em alguns capítulos, pelo que já pude apurar em breves instantes de leitura nas Fnacs ou Bertrands. É daqueles livros caros e grandes (mais de 500 páginas em letra miudinha) que dá vontade de comprar e ler e sublinhar e escrever por cima, ao lado. Dá a vontade absurda de nos enfiarmos num inter-rail ou num avião e cairmos lá de pára-quedas. Afinal, para Salónica fugiram muitos judeus portugueses durante os séculos da Santa Inquisição e foi de lá que muitos outros partiram para o genocídio nazi. Serve também para reler a história do império Otomano e da civilização grega, que apesar de tudo, ainda não perdoou a comunidade turca. Já seria tempo para isso, não?
Antonio Tabucchi
4 weeks ago
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