Acho que é uma grande vitória pessoal quando chegamos à conclusão que as coisas que nos acontecem na vida nem sempre têm de ter uma razão ilógica para acontecerem, principalmente quando somos nós que tomamos as decisões. Nesse momento tudo aquilo que seria uma grande coincidência e passaria a fazer parte dos acontecimentos enfiados no saco de "Destino" passam a estar na prateleira da "Causa-Efeito". Tudo começa a ser lógico e racional porque sabemos de antemão quem é que mexeu os cordelinhos para que tudo funcionasse conforme o expectável. Claro que isto aplicado à experiência poderá nem sempre correr bem, principalmente quando em teoria sabemos quais as possíveis consequências, mas nunca temos realmente a certeza que elas venham a ocorrer da forma mais desejada. Mas há casos de sucesso. Por exemplo, eu não estava à espera que uma situação por mim desencadeada de forma consciente fosse terminar numa outra situação normal. Aliás, tinha tudo para correr de forma errada, ou pelo menos para eu ser, no fim do dia, completamente arrasada por quem de direito devido à intromissão e devassa que o meu comportamento previamente delineado promoveu. Não... não aconteceu nada. Acção-Reacção, sem demais problemas, muito ao estilo do "desarrumas-apanhas" ou "comes doces-engordas". E o mais incrível nisto tudo é que independentemente de eu esperar comportamento padrão (de acordo com a minha inabalável teoria posta em prática) típico, também não me preocupei muito com o possível resultado da equação final. Se estivesse certa, porreiro, se estivesse errada, melhor ainda. O resultado sem dúvida que ultrapassou as expectativas. E eu, calmíssima. Isso e, se por acaso alguém vir a Primavera... digam-lhe que ela é uma galdéria porque em vez de estar enrolada com os antipáticos dos gajos do FMI e afins, deveria era estar a contribuir para o bom tempo de Portugal.
Antonio Tabucchi
4 weeks ago
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