... não é carne, nem é peixe. Pois é. Já cá faltavam os dias novamente mais curtos (e mesmo assim ainda não estão tão curtos como irão ficar) e a estúpida nortada BEM fresca logo pela manhã de forma a que uma pessoa acorde para a Vida quase como que levando murros no estômago. Depois, ao longo do dia tem as fases várias de descasque tipo cebola. A cidade vai aquecendo com o calor do sol a reflectir-se do alcatrão e pedrarias dos prédios, e ao fim do dia, quando vamos ainda dar uma voltinha (para onde nós quisermos), está um bafo quente. Quando regresso a casa é que são elas, novamente a vestir os casacos e as echarpes e o raio que o parta. É que a minha temperatura corporal ainda está marcada pelo fuso de Verão e estar a passar para a fase Outono não perece ser grande coisa. A época balnear também encerra já este fim de semana. Os beach-clubes também. Enfim, é mais um ano que chega ao fim. Literalmente. Não me interpretem mal. Eu tive férias há quase (já!) 2 meses. Retornei à chafarica em Agosto - por isso é que gosto de Agosto, ainda me dá para curtir a solidão estival durante um dos meses mais importantes do ano -, e tenho imenso trabalho nas mãos, mas simplesmente, por este ano ter estado exactamente de férias quando há muito que não acontecia (há muito mesmo - coloquem uns 4 anos nisso), estou a sofrer de uma "Summertime Sadness". Foram os dias de sol e praia, foram os aromas e as comidas e o pãozinho e os caracóis, e todas as coca-colas. As saídas com o pessoal, as fotografias, as fatiotas que me serviram todas, as noites mal dormidas, os nasceres e pores do sol, a chuva à meia-noite (e o raiar glorioso), as mensagens trocadas, as cumplicidades e as confidências... a música, sempre a música. Ocupei a minha cabeça com mais do que trabalho - aliás, virei literalmente costas à Geologia (olhar o mar em vez de olhar para a falésia), e sem dúvida que o retorno ao ritmo do dia a dia custa, faz com que tenhamos atitudes lunáticas, hormonalmente fiquemos desconcertados (tanto homens como mulheres). Não será, claro, tempo de repôr energias, mas antes de recanalizá-las. Temo-las a mais. Apanhamos Sol, irradiamos Luz, temos de nos focar em adaptar isto ao regresso à realidade. Mas sim, custa sempre. E é bom que quando voltarmos a ir à praia (para quem for) ou a outro local no próximo fim de semana, tenhamos consciência que a partir de agora ao regressar e até ao próximo Verão, não será a mesma coisa. Fechar o ciclo de 2013 para preparar o de 2014. Havemos de conseguir!
Antonio Tabucchi
1 week ago
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