- Cláudia Paiva Silva

Tuesday, September 17, 2013

Tal como há aqueles que abominam as praxes académicas (seja de que forma ocorrerem - mais brandas, mais estúpidas, mais originais e positivas), eu defendo a sua continuidade. E é tão simples quanto isto: eu fui praxada, não me lembro de ter sido humilhada e mais ainda, nunca humilhei ninguém nos anos seguintes. A única coisa que terei feito, e com dois berros que devem ter soado como bofetadas sem mão a um moço, poderá ter sido o facto de no meu 2º ou 3º ano de licenciatura, chegar-se perto de mim (vestido a rigor) e perguntar: és caloira de que curso? Epá, deveria estar com os azeites nesse dia porque disse-lhe algo como: respeita os veteranos que por acaso só te ficaria bem. Tens algum representante da comissão de praxe? É que se tornas a empunhar seja o que for a malta que não tem nada a ver com isto, levas uma rebocada em cima e vais parar ao Conselho Executivo.. Vá... só nesse dia utilizei a minha "autoridade" concedida por "anos" e "anos" de estudo. 
Dito isto, acho que quem também critica o traje académico deveria simplesmente estar calado. Para quem não sabe (e pelos vistos são muitas as criaturas de esquerda que não sabem de onde veio esta tradição - Coimbra e Porto, já agora), o traje negro, académico, muitas vezes coçado de tanto se usar, era tipicamente vestido por todos aqueles que com muito esforço (no tempo do "outro" senhor) chegavam ao ensino superior. Era praticamente o único fato decente que muitos tinham. Camisas brancas e calça preta. Sapatos de sola rota. Portanto, não venham dizer que é uma coisa "fascista". Andam sempre a arrotar essa palavra como se (muitos de vocês) tivessem realmente vivido e sentido na pele fosse lá o que fosse que naquela época sucedeu. Ainda vos digo mais, a grande maioria só nasceu quase 10 anos depois de '74, a pequena minoria, nasceu 10 anos antes de '74. Logo, nunca nenhum de nós viveu propriamente dito aquela época da História Nacional, pois não? 

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