... como me irrita passar uma vida académica dedicada a um único subject, não alargar horizontes, e depois perder oportunidades que tão depressa não vou voltar a ter.
Como referi (ou não) há umas semanas, participei numa saída de campo ao SW de Portugal (Costa Vicentina e Litoral Algarvio Ocidental), pela AAPG-FCUL. Aprendi muito e, felizmente, também pude aplicar os conhecimentos que tenho ganho ao longo deste ano e meio de trabalho numa empresa de consultadoria e serviços para o mundo dos hidrocarbonetos. Uma vez que na semana que antecedeu a saída estive brutalmente ocupada com assuntos de trabalho que requeriam celeridade e atenção redobradas (entre as quais dar formação a alguns colegas sobre rochas carbonatadas), não tive qualquer tempo para pegar nas cartas geológicas da área em estudo ou tentar recolher informações sobre os locais. E estando ainda em falta com um relatório e uma apresentação, e independentemente daquilo que eu vá escrever nada tenha a ver com a minha área de especialização, custa-me muito, enquanto geocientista, saber que estive na Praia da Salema, mesmo ao lado de uma camada (para o comum mortal: laje rochosa) com pegadas de dinossauro e não a ter visto. Isto porque não houve oportunidade, porque ninguém nos chamou a atenção para tal e porque, os colegas que sabiam, também não avisaram. Ou seja, era uma espécie de conhecimento geral... NOT! ( Se eu tivesse lido algures, como aconteceu depois, poderia ter chamado a atenção para tal e, da mesma forma que vimos Nerinea Algarbiensis - ver foto-, também tínhamos tirados umas fotos às ditas). O problema de se ser especialista é, tal como indiquei anteriormente, o facto de depois não conseguirmos olhar para mais lado algum, alienando-nos de forma gradual de tudo o que até pode estar relacionado com o nosso tema e com as nossas abordagens. Independentemente disto, insisto para que não haja dúvidas quanto ao teor do meu discurso, que aprendi imenso e sem dúvida que fiquei muitíssimo curiosa em relação a toda uma região para mim completamente desconhecida até então (e muito possivelmente que ainda o é). Temos ali muito trabalho de pesquisa e será sempre uma mais valia no que diz respeito à pesquisa de hidrocarbonetos na nossa orla marítima. Basta apenas haver vontade e investimento uma vez que não é fácil. Mas se assim o fosse, perdia metade da piada.
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