Chegando a dezembro parece impossível não observar dois fenómenos: o primeiro, a rápida passagem do tempo. Esse, do calendário. O segundo, a força inexorável que nos obriga, a partir de determinada altura na vida, por diversas razões, quanto mais não seja, maturidade, olhar para trás e fazer um balanço do que foi, preparando-nos para o salto futuro do que há-de ser.
E se por muito que possamos cair em tentação de pensar que não faz qualquer diferença, que é um dia de cada vez (e sim, essa forma de ver a "coisa" é muito apetecível e dá jeito em determinadas circunstâncias), a verdade é que teremos sempre de lidar com as consequências das decisões e ações, palavras escritas e orais. Ainda mais hoje em dia, quando tudo parece ficar guardado a eterna "nuvem" invisível que é a "rede global alargada".
Ainda que não entre em detalhes, sei que 2025 foi um ano extraordinário. Em todos os sentidos. De trabalho ao pessoal. E não porque tenha sido pautado com inúmeros êxitos, mas sim por variadíssimas situações que me trouxeram ao dia de hoje. A este mesmo presente com que vos escrevo e que, garanto, me preencheram grandemente. Para o melhor e pior.
Mais ainda, se me dissessem há precisamente um ano o que "dali a um ano" iria acontecer, diria que "não, jamais, é impossível". E, o que sei, é que em 2026, daqui a um mês e uns dias, mais uma volta a minha vida irá dar, mais um novo caminho, a juntar aos outros todos.
E quanto às pessoas que me acompanham ou acompanharam, só posso dizer que existem algumas palavras que glorificam os últimos, quase 365 dias: ensinamento e espanto. Pelo menos por agora. E ambas resultam, exatamente, com o mesmo propósito da tradicional "gratidão", para o positivo e negativo, para os momentos desafiantes e para os mais virtuosos. Sem dúvida que foi mais um carrossel neste caos de ideias que sempre me identificou enquanto pessoa e, enquanto mulher.
Contudo, algo ganho com cada vez maior clarividência: o que quero e quem quero perto de mim, ao meu redor, na minha vida. E se corto, é porque sei que não me faz bem, não me acrescenta, mas sim tira força, energia, vida. Não quero mais isso para mim. Não quero ser aquela de quem os outro dependem, a que está sempre disponível a dar, mas sem nunca receber. Há coisas que cada vez mais vão mudando. E essa é uma delas.
Não faço resoluções - já percebi que a vida é feita de muitas surpresas e, mesmo que o universo conspire a nosso favor, somos nós a força motriz para que algo aconteça de real. Somos a nossa própria força. E isso, em mim, passa pelo poder da Palavra. Não serei, igualmente, a recatada, a calada. Mesmo que não vos agrade. E, sendo demasiado simples nestas minhas frases, o que quer que não vos agrade de mim, é apenas um problema de perspetiva vosso e não um problema meu que tenho de resolver. Não somos obrigados a gostar seja de quem for, mas temos de aceitar a convivência educada. No mínimo, espera-se, espero, educação.
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