2025 - Cláudia Paiva Silva

Saturday, January 04, 2025

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Veneza em Festa - Exposição no Museu Calouste Gulbenkian


Na pesquisa sobre o conceito de Arte e Estética, e igualmente sobre o Luxo, deparo-me com a imensa dificuldade nas suas definições. Ou pelo menos uma definição que seja mais ampla e que possa abranger as várias descrições que cada um de nós, no nosso plano individual, mas também como elementos coletivos da sociedade moderna, lhes possamos dar. De certa forma, são caracterizações que, ideia geral, terão de conferir um grau emocional, um sentimento - embora sejamos nós, humanos, os sujeitos com capacidade para garantir esse peso a algo material, num mundo físico. 

Contudo, a sua origem, que remonta às primeiras tribos, representam, tendo por recurso pigmentos que nos chegam aos dias de hoje, cenas da natureza, fauna e flora. Evoluindo ao longo de milhares de anos, estas manifestações tornam-se particularizações espirituais ou rituais. A exultação a deuses e criadores, personagens mitológicas ou outras reais. A Arte e a Estética vão avançado lado a lado, nem sempre com o conceito como hoje o conhecemos. E ainda assim, vão dependendo das diferentes regiões e culturas mundiais, sendo que, onde uns consideram, a exemplo, o "vedutismo" um género de arte na pintura, outros exemplificam o chá, a água, um jardim, como elementos que podem e devem ser representados pelo seu simbolismo e importância social. 

Com o surgimento da fotografia, a amplitude aumenta. O desejo de retratar de forma direta, o momento presente, recordação para o amanha, acaba por transformar, uma vez mais, o objetivo da Arte, ou, melhor, acaba por se transformar, em si mesmo, em mais uma forma da mesma. 

Pessoais e objetivos, Arte e Estética, afinal, dependerão de quem os aborda e de quem é seu espectador. Ou da sugestão que lhe é dada, ou até mesmo de um interlocutor (um influenciador). Uma imagem pode ser "bela" aos olhos de um grupo de pessoas, independentemente da forma como lhes é apresentada, seja por escultura, pintura, desenho, fotografia, música, cinema ou de tantas outras maneiras. Uma imagem pode apenas ser significativa, impactante a quem a cria ou a uma única pessoa que a aborda. No fundo, como escreve Martim Sousa Tavares em "Falar Piano e Tocar Francês", "o poder da atribuição de beleza (aloca-se) na pessoa que observa e não no objeto observado, fazendo com que este não tenha determinado valor absoluto e intrínseco". 

Transportando esta teoria para o prisma de luxuosidade, pode-se afirmar que uma obra de arte, mais do que a sua estética, que, por sua vez, é muito mais susceptível à ideia do espectador, terá apenas valor quando se distingue pelo legado e capacidade de adaptação às diferentes gerações? Uma vez mais, qual será o preciso momento no qual um objeto deixa de apenas o ser e transfigura-se em algo admirável, além de belo, transmitindo sensações únicas? 

 

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Wednesday, January 01, 2025

dia 1/365
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Algo que é criado para ser olhado, apreciado, tido como exclusivo, elevando-se da categoria dos demais objetivos, da restante Arte e até mesmo, Cultura. Algo que cause impacto, seja prazeiroso, podendo ser supérfluo ou não. 

Outra definição que poderia caracterizar o tema "Luxo" e que dá origem aos futuros textos e monólogos durante este novo ano. Algo diferente sim.






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