Contos de fada em que tudo é perfeito e há uma felicidade constante no ar.
Acho que me estou a repetir no tema - acho mesmo que já terei escrito algures no tempo passado, alguma coisa sobre o Sexo e a Cidade (a série). Talvez algo como, só depois de alguns anos, quando entramos na idade das personagens (no meu caso, da Carrie, aos seus 30 anos), é que começamos a perceber melhor as histórias, os episódios, a cadência com que cada uma daquelas mulheres evolui, os seus feitios, defeitos e personalidades distintas.
Ontem à noite acabei por rever o primeiro filmes pós-série televisiva. Deu por mim a chorar, e dei por mim a sentir a dor da Carrie. Aquela sensação de não querer acordar, ou, atenção, acordar do pesadelo, aqueles olhos pesarosos, aquela vontade nenhuma de fazer fosse o que fosse. Dei por mim a reviver cenários antigos, que embora ultrapassados, não estão esquecidos (nem devem estar, com risco de cometer os mesmos erros).
Mas a verdade é que nem sempre há finais felizes, ou não da forma como achamos que possam ocorrer. Muita água corre por debaixo da ponte, dizem alguns, outros, que o destino é traçado sobre caminhos misteriosos, obra de deus, ou de outra força qualquer.
Mas o certo, é que quando estamos lá, naquele ponto de sofrimento, em que parece que não há retorno, e que, tal como a Carrie declara, andamos com o assunto às voltas e voltas e voltas na cabeça para tentarmos perceber o que se passou (ou não se passou), o barco é o mesmo e a maré ruma sempre para o mesmo lado, para todos nós.
Senti-me no e com o filme de ontem. É o único dos dois que, aliás, me poderia dizer alguma coisa, juntamente com a série.
Mas sei que todos (as e os que eventualmente assim o queiram) têm um Mr. Big na vida, tal como um Aidan (referências femininas são aqui necessárias para o paralelismo)- é só esperar e perceber. E é exactamente estes dois opostos que, muitas vezes, acabam por definir o caminho que poderemos traçar - não entendam que estou a afirmar que seja um determinado tipo de homem ou mulher (ou um homem ou mulher per se) a definir-nos! Muito longe disso - mas sem dúvida que, mais uma vez, para todos os que eventualmente se possam vir a apaixonar, as nossas experiências, mais ou menos sofridas, irão moldar a pessoa que somos, não nos tornando eternamente românticos, ou eternamente corações de pedra, ácidos e cáusticos.
Mas uma coisa também é certa. O momento de luz ocorre no dia em que nos conseguirmos rir à gargalhada, de algo extremamente engraçado.
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