Leituras - Cláudia Paiva Silva

Sunday, January 13, 2019

Leituras

Resultado de imagem para nove mil passos livroEm Portugal, o séc. XVIII, terá sido certamente o mais importante, o que maior projecção nos deu enquanto império. Uma época de pujança, riqueza, excessos, igualmente das maiores criações e construções que nos deram monumentos que, muitos séculos depois de nós pisarmos esta terra, perdurarão para as gerações futuras se deslumbrarem e interrogarem como é que gente acabada de sair da idade média, teve capacidade para tais empreendimentos. Falo do Convento de Mafra, do Aqueduto das Águas Livres, da Biblioteca Joanina, (entre outros), sendo estes os símbolos maiores das ideias de um rei dito Sol, à escala nacional e natural de comparação com o Rei-Sol francês Louis XIV, custeados com as especiarias e tecidos do Oriente, ouro e diamantes do Ocidente Brasileiro, coincidindo com uma emigração feroz de cerca de 300 mil pessoas em cerca de 5 anos para esse país desconhecido, bárbaro, mas igualmente rico e fascinante, mas também, porque não nos devemos (mais de podermos) esquecer, para o pior, mas espero que para o melhor, à custa do tráfico e tráfego de escravos africanos para as terras de uma América que já não era fim de mundo. E aqui permitam-me o aparte, mas se ao mesmo tempo nos devermos envergonhar desse nosso passado atroz (tão impiedoso quanto aceitarmos anos e anos a fio uma Santa Inquisição julgar e matar sem razão gente várias, pendurada em paus e queimada viva em fogueiras, em espectáculos de horror que quem via exibia o júbilo dos loucos), agradeço-lhe a existência por me ter permitido identificar e reconhecer sons, ritmos e uma cultura tão genuínas no outro lado do Atlântico. 
Imagem relacionada

Mas voltando ao essencial, foi este mesmo D. João V, capaz de tanto ou de tentar tanto, pese embora a forma, sabendo nós que para grandes feitos, muito sofrimento se provoca, que também mais amou a outra, a freira, a puta, a rameira, a que tinha mau feitio. Essa Paula que durante 13 anos foi-lhe confidente de cama, de travesseiro, de política, de histórias de maldizer. Havia quem dela dissesse o pior, mas, na minha humilde opinião, e como quase em tudo na vida que começa com maledicência, o que de facto a Paula ou a Madre Paula, a freira de Odivelas mais famosa da História de Portugal, dava às pessoas era medo pelo poder que tinha em relação ao Rei e inveja, exactamente pelo poder que ele, nela, confiava. 

Resultado de imagem para madre paula patricia muller


Sendo que a idade média passando para o Renascimento serão os temas que mais leio (venham de lá esses romances todos, e exceptuando aquela fase da Segunda Guerra Mundial), deixo aqui três livros  que acho serem um bom ponto de partida para este mundo... e para o mundo da Paula, que a meu ver terá sido uma das mulheres de segundo plano, de baixo nível, de estrato social inferior, com mais influência numa época de Homens. 





No comments: