Bígama - Cláudia Paiva Silva

Monday, January 24, 2011

Bígama

Talvez seja do frio, talvez seja do cérebro completamente gelado, mas o coração está quente. Quebro-me à evidência de estar completamente presa outra vez. Enrolada nestes fios que nem sei de onde apareceram. Não estiverem sempre ali, como em backup invisível, não! Apareceram do nada, a partir de pequenas coisas, como é costume. E prenderam-me a ti, a ele? Não sei... sei que gosto de (por agora) me sentir assim, num novelo de lã que me acaricia a pele e a mente, deixando-me sonhar. E sim, o acordar é terrível e desgasta-me e eu caio e volto a endireitar-me. E nem sei a quem devo tamanha proeza, se a ti, se a ele, se aos dois. Mas sei que ambos me deixam assim... com um semi-sorriso mesmo quando não estou ausente. Bígama que eu não era e me tornei.

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