Tenho uma obsessão nova. Cidades. Cidades com Luz, que me trazem boas recordações. Recordações recentes. Lisboa é uma delas. Lisboa é a minha cidade. Não vivo lá, nem nunca vivi, mas a proximidade ao subúrbio onde vivo é relativamente pequena e em 20 minutos de transportes públicos já lá estou, mesmo no centro da metrópole. Tem a Luz, tem ainda os bairros, tem o Castelo e tem o Tejo, que embora não sendo nosso, não brilha mais em Espanha do que cá. Tenho outra obsessão, mais antiga. Escrever. Adoro escrever, escrever tem em mim o mesmo efeito que cantar, lava-me a alma de todos os medos e contradições e pecados e ansias. Poderia às vezes ficar a escrever horas e horas, no computador, com lápis ou caneta em papel solto, em blocos de notas, em cadernos comprados especificamente para esse efeito. Adoro comprar cadernos e canetas, sempre com ideia de escrever. Não de inventar histórias alheias à realidade, para isso já me basta a vida quotidiana, mas histórias a partir de coisas que vejo. Para além da fotografia (nova obsessão outra vez), escrever é a unica forma que existe de salvaguardarmos a nossa vida, quando já não tivermos capacidade para sabermos quem somos. Existe um local que nos ensina a expressar melhor o que queremos escrever, tendo como cenário o Chiado. Chama-se Escrever, escrever e é composta por um núcleo bem definido de pessoas que são capazes de nos explicar as formas da escrita, de jeito a que outras pessoas possam ler e ver aquilo que nós vemos e escrevemos. Todos os meses há cursos novos. Eu vou-me inscrever no curso de Escrita de Viagens. Nunca viajei muito, mas sempre tenho mais fotografias de outras paisagens que muitos amigos meus, não me posso queixar; mas a curiosidade deste curso é que após as aulas teóricas, que são 4, começamos no reconhecimento da cidade em redor do Largo Camões. Chiado/Baixa e Bairro. Os 3 locais de eleição para inspirar os menos inspirados, de forma a que as ninfas do Tejo façam o seu trabalho.
Antonio Tabucchi
4 weeks ago
No comments:
Post a Comment