June 2022 - Cláudia Paiva Silva

Sunday, June 12, 2022

Tratado de Beleza
June 12, 20220 Comments

Domingo, véspera de feriado (em Lisboa) com sabor a feriado ele mesmo. Para muitos, é aproveitar o calor, o sol, as mini férias que se prolongam até ao final da próxima semana, para outros, é apenas um domingo que antecede uma semana de trabalho, mas que pode ser muito bem um dia dedicado ao nosso bem-estar e à nossa saúde mental. Aliás, celebrou-se ontem o Global Wellness Day, que se dedica cada vez mais a recordar e a repensar a forma como a sociedade (e sim, falamos aqui de uma elite privilegiada) deverá olhar para o indivíduo, não enquanto ser egocêntrico que pensa no seu conforto sem olhar a meios, mas sim, enquanto a sua saúde psicológica e física, o que, em muitos casos, poderá ser uma forma de melhor conseguirmos cuidar e prestar auxílio aos outros. 

Neste "tratado de beleza" de hoje, colocando relevo à saúde e cuidado do maior órgão do corpo humano, a pele, revelo os produtos que, de forma mais imediata auxiliaram a contribuíram para um problema que, por meio de stress, de-pressão, e uso de máscara (menciono desde já que continuo a utilizar e não me vejo a deixar de o fazer tão cedo), novamente me surgiram: acne ou, mascne. Toda a zona do queixo e maxilar direito eram um grupo de ilhas vulcânicas, tipo de vulcanismo hot spot, o qual além de não secar, parecia que semanalmente abria espaço para que nova erupção cutânea se pudesse alojar. 

Tendo em conta que esfoliar fisicamente a pele, numa questão de sensibilidade extrema não é boa ideia, muito menos "espremer" (porque além da marca natural da inflamação, irá contribuir para transformar-se na cicatriz de uma ferida que poderá trazer problemas ainda maiores), optei por usar finalmente a Essência Glicólica da Caudalie que, tal como o nome indica, é concentrada em Ácido Glicólico, um Alfa-Hidroxiácido muito eficiente no que concerna a uma limpeza da derme através de esfoliação química, menos abrasiva. Embora a premissa da marca seja a redução de manchas e aumento de luminosidade, a verdade é que aconselho este produto (exceto peles sensíveis, ou apenas aplicando à região da face mais problemática), a quem tenha problemas relacionados com acne, porque o efeito, no meu caso, foi imediato. Usei-o primeiramente à noite e possivelmente associado à pele estar mais limpa, em repouso e sem contacto direto com poluentes (nem tão pouco com as máscaras) na manhã seguinte as tais borbulhas tinham parcialmente secado. Voltei a usar nessa manhã (e seguintes), antes de incluir o sérum diurno ou hidratante, e a verdade é que foi um dos produtos que melhor resultado me trouxe desde então.

Pegando na época de arraial, sabemos que, "santos da casa não fazem milagres" sozinhos! E, tratando de estar a conhecer a marca Skin Perfection do grupo Bluevert, comecei a incluir o Complete Night Serum neste tratamento noturno de pele. 

Rico no ativo Plasmarine Active Complex, com extratos de microalgas marinhas e formulado em lipossomas, permitindo uma maior penetração pela epiderme, garantindo à pele um conjunto de vitaminas, sais minerais, ácidos gordos e outros elementos que previnem o envelhecimento cutâneo, é também enriquecido em Éster de Retinol (palmitado de retinilo) que regenera as células, promovendo ao mesmo tempo a produção natural de ácido hialurónico e mantém o colagénio. A sua ação e atuação para acne, deve-se no entanto ao facto de ser um seborregulador, o que auxilia na prevenção de poros inflamados ou obstruídos. Por outro lado, este sérum de noite também é formulado com Niacinamida, ou Vitamina B3, cujas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e também reguladoras da produção de sebo, auxiliam igualmente no tratamento e cuidados. Claro que, com a contínua utilização, irá, juntamente ao ácido glicólico, prevenir a despigmentação da pele, contribuindo assim para a redução das manchas - importante não esquecer que a renovação celular, mesmo que possa ser acelerada por esfoliantes, acontece de mês a mês, por isso há que ter paciência até se observarem os resultados esperados.

Por último, na vasta lista de ingredientes, falo da Vitamina E (Tocoferol). Um poderoso antioxidante que irá realizar o trabalho de remoção de agentes tóxicos e radicais livres que são acumulados ao longo do dia. Atua como um agente de proteção da pele durante o descanso. 



Passando à maquilhagem, quero só chamar a atenção, e passar a igual publicidade, à linha de sombras de olhos da marca Douglas. As novas caixas em tons "nude", com várias variações, desde os azuis aos rosa, são magníficas e permitem destacar os nossos olhos nas mais variadas situações ou eventos. Desde o dia a dia, a reuniões ou apresentações de trabalho, para marcar aquela posição (!!), aos festivais que estão de regresso (ainda que muito mal organizados, segundo o que me tem chegado), ou mesmo às festas de Junho e dos Santos Populares, estas paletes prometem fazer a diferença - e sim, hei-de mencionar as novas purpurinas e sombras líquidas que ainda não experimentei, bem como brilhos e acessórios, glitter e outros. Quando tiver coragem, óbvio! 



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Saturday, June 11, 2022

I'm taking a ride with my best friend
June 11, 20220 Comments

Esta publicação não se permite ser um elogio. 
Será apenas e sempre uma história, real sim, mas uma história apenas de uma viagem musical. 

Terei escutado o tema Home (álbum Ultra, 1997) pela primeira vez aos 14 anos. Já se passaram 24. Conhecia a banda nascida nos anos 80 certamente há mais tempo, mas uma coisa é conhecer, de ouvido, o já na época "velhinho" Just Can't Get Enough (álbum Speak and Spell, 1981), outra é conhecer a partir daquele refrão e daquela voz (calhou ser uma canção de Martin Gore cantada pelo próprio) toda a história de uma banda que, nesse mesmo ano de 1997, poderia já nem estar no ativo. 

Entre lançamentos históricos (e histéricos) a concertos e tours megalómanas, passando pelos problemas pessoais e de saúde de cada um dos membros, a desistências e saídas incompreendidas, o álbum Ultra acabou por ser a minha porta de entrada a um mundo "upside down" décadas antes de Stranger Things alguma vez ter sido pensado. 

Antes do lançamento seguinte (Exciter, 2001), já eu tinha decidido que o álbum da minha vida seria Songs of Faith and Devotion (1993), e que dentro das favoritas, a que estava no topo da lista seria Walking in my Shoes - algo que continua ao dia de hoje. Claro está que no meio disto, "devotada" como me tornei, muito mais fui conhecendo, muita teoria da conspiração fui criando (junto a todos os milhões de fãs do planeta inteiro). Uma delas claro, mito urbano até, como todos sabemos, na qual Martin ter-se-á inspirado em David (Dave) Gahan (vocalista principal, frontman, showman), na escrita de algumas das suas canções mais incríveis - sendo Home uma delas. 

E depois temos Andrew (Andy) Fletcher. A cola que unia as peças partidas do grupo. Um dos elementos ainda de raiz, que pouco antes de morrer (há 2 semanas por causas naturais aos 60 anos - quem é que morre de causas naturais aos 60 anos?? "God has a sick sense of humor") dizia com orgulho britânico ser o único com possibilidade de beber uma cerveja ou uma garrafa de vinho (em claro contraste com as adições dos amigos que hoje em dia continuam certamente numa batalha, menor, certamente, com os seus vícios e fantasmas). O "clapping-hand guy", aquele que dizia ser o gestor para que a grande empresa que os Depeche Mode se tinham tornado, tivesse sempre para onde caminhar.

E na minha curta história (porque não consigo detalhar ou explicar o que senti quando os vi a primeira vez em Touring the Angel, ou as razões pelas quais nunca mais fui a nenhum outro, dos vários concertos que fizeram em Portugal), é aqui que não quero que isto seja mais um texto de homenagem, mas apenas um desabafo. 
O que eu, enquanto fã, gostava que acontecesse, versus, o que eles, enquanto banda, amigos (e amigos, entenda-se de uma vida inteira) pensam fazer. Será possível que possam continuar, numa viagem de emoções e certamente sensorial relembrando Andy "...taking a ride with my best friend", num álbum novamente hiper pessoal e numa última tour? Ou será que a falta do elemento agregador torna tudo sem sentido, sem o caminho por onde seguirem. 

Faltando quem coloque dois imensos egos nos seus devidos postos, como irá uma grandiosa e ainda incompreendida banda britânica (principalmente no próprio Reino Unido) conseguir ultrapassar uma gigantesca perda? Andy era muito mais do que o membro que batia palmas atrás do sintetizador - ele criava ambientes sonoros, e não se enganem, ele, junto com Vince Clark e Martin Gore, foram pioneiros nos sons que vieram depois a ser melhor trabalhados ao longos dos anos, principalmente pelas mãos de Alan Wilder. 

Seja como for, decidam como decidirem, acho que para nós, devotos, fãs, família estranha mas que transporta esta energia, nunca nos terão desapontado ("never let me down") e agradecemos que nos tenham mostrado o que "Casa" realmente significa.





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Friday, June 10, 2022

Insight
June 10, 20220 Comments


Nem sempre é fácil fazer uma viagem interior. Nos dias que correm, falta-nos a vontade, a paciência, mas acima de tudo o tempo que se quer voraz, rápido, cada vez mais. Queremos ser nós a comandar a nossa vida e o nosso caminho, muitas vezes sem nos colocarmos no lugar do outro, mas essencialmente sem sabermos se estamos a conseguir fazer o bem a nós mesmos. 

Deixar que a vida siga o seu curso, num "levar pela maré", parece, igualmente, ser cada vez mais impossível e a pressão com que vivemos, as expectativas que temos ou que colocam em cima de nós, não permitem o distanciamento correto aos nossos problemas, às situações. 

Até que tudo explode à nossa frente.

A vida está a obrigar-me a fazer cedências, a tomar atitudes, a não deixar arrastar situações. Desde há um ano que consigo observar o encerramento de vários ciclos. Relações, pessoas, locais, trabalho, e, embora me tenha custado (e continue a custar), só sobrevivemos quando vivemos mesmo um dia após o outro e após o outro e após o outro e ganhamos mesmo consciência dos nossos erros, do nosso lado menos bom, o nosso upside down

De facto, é essa aceitação que nos permite arranjar um espaço mental de equilíbrio. O saber estar bem com a nossa pele, com o nosso Eu. E essa caminhada e capacidade, nem sempre são fáceis de fazer ou atingir. Principalmente quando achamos que o que era a nossa vida anterior, fazia parte do plano "natural e normal" do que era esperado de nós - mas a questão é que nem sempre o que é bom para os outros, faz-nos realmente bem. 

Quando a vida explodiu à minha frente, terei finalmente percebido, com grande grau de desconforto, de dor, de mágoa, e com tempo que ainda hoje, agora, se sucede, que foi o melhor que me terá acontecido, bem a quem me rodeava, embora ainda pairem muitos pontos de interrogação no ar. 

Mas as coisas são como são e às vezes, temos de parar e sentir a direção do vento e para onde a água nos leva. Só por aí poderemos experienciar a nossa própria aceitação.




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