Sim, também os tenho. Como todos nós aliás, que estamos somente bem em dizer mal dos outros, ou a rir da desgraça alheia, ou, cheios de moral, acreditarmos que somos donos da verdade e passamos atestados de incompetência aos demais - que muitas vezes são mais inteligentes que nós e se recaem ao silêncio, apenas se deve, exclusivamente, a essa forma de ser, cheia de classe.
Interrogo-me então, não me colocando em qualquer pedestal, ou na liga de pessoas por último mencionadas, se as meninas e meninos dos blogs de moda nacionais (sim, apenas me refiro aos nacionais para que não haja perguntas do tipo: "e os internacionais??" - simplesmente porque eu não podia querer saber menos dos internacionais, uma vez que, por agora, estou a viver em Portugal) mencionaram sequer as desgraças que ocorreram na Índia e Bangladesh nas últimas 3 semanas. Sim, dois prédios megalómanos caíram. Sustentavam, sem autorização, sem condições, sem estruturas para tal, fábricas e fábricas de roupa, empregando a 1 euro por dia, se tanto, gentes e mais gentes, que nos costuram a roupa que hoje tão fashionable'mente vamos comprar à Zara, Mango, Berskha, Massimo Dutti, e, honestamente, Burberry, Prada, Chanel - porque o "pronto a vestir" faz-se em mega doses, e não em exclusivos individuais. Interrogo-me se algum blogueiro terá parado por estes dias de publicar noções básicas de vestir, de pentear, em nome de todos aqueles que jazem ainda por debaixo dos escombros, jovens e menos jovens que trabalhavam ser parar noite e dia nas mais parcas condições, para que o mundo "ocidental" e bonito, tivesse a sua roupa pronta e chique nas lojas. Não estou aqui a fazer a apologia do "vamos andar nus em nome de..", mas chama-se humildade quando acontecem estas coisas, sabemos como o mundo da confecção de moda funciona, e depois somos incapazes de prestar uma mera homenagem quanto mais não seja a dizer: "temos de passar as fábricas para a China..." (muita ironia aqui que ainda a sardinha tem catarro!).
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