What a F-WORD? - Cláudia Paiva Silva

Tuesday, October 16, 2012

What a F-WORD?


Loulé: escola proíbe criança de 5 anos de almoçar porque pais não pagaram mensalidade

A escola EB1 nº2 da Quarteira, em Loulé, proibiu uma criança de cinco anos de almoçar na última quinta-feira, uma vez que os pais não pagaram a mensalidade da alimentação até 9 de Outubro. A mensalidade é de €30 (R$79,1).
A notícia está a ser avançada pelo Correio da Manhã e diz ainda que a aluna, que frequenta a pré-primária, ficou a ver os colegas almoçar, ao seu lado, e que “uma das funcionárias foi impedida pela direcção da escola de pagar a refeição da menina do seu próprio bolso”.
“Nada justifica uma criança passar fome. Não é justo castigá-la a ela”, explicou ao Correio da Manhã a mãe da aluna, Teresa Francisco.
A denúncia do caso partiu de pais de outros alunos, que ficaram revoltados com a situação, considerando um acto de “má-fé” a forma encontrada pela escola para lidar com o caso. Segundo o Correio da Manhã, mais alunos não almoçaram nesse dia pelos mesmos motivos, noutras escolas do Agrupamento Dr.ª Laura Ayres.
Sobre o assunto, a directora, Conceição Bernardes, explica que “todos os pais foram informados das medidas, que seriam aplicadas caso não regularizassem as dívidas até 9 de Outubro”. Além disso, “podiam ter pedido a renegociação desses valores e até dos escalões, mas alguns foram negligentes e não o fizeram”. Os casos de incumprimento “foram participados à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens”.

in: http://greensavers.sapo.pt

Desculpem, mas, tal como já referi anteriormente, chegamos ao ponto da crise ser mais do que financeira ou até mesmo de valores. É uma crise moral, em que se perdeu completamente a noção do bem/mal, certo/errado. É já uma coisa que me ultrapassa, mesmo quando estou com o meu humor de lobisomem. E o que aqui mais me choca foi a justificação dada pela "senhora" diretora, com certeza uma "tia" qualquer, sem formação mas que deve exigir o título de "doutora" quando a ela se referem ou se dirigem (conheço gente assim, quem não conhece, aliás?). De repente, a educação e a saúde deixaram de ser aquilo que supostamente são, para virarem instituições financeiras e bancárias - tal como nos bancos a falta de pagamento de casas leva à sua penhora, aqui impede-se uma criança de ser alimentada por falta de pagamento da mensalidade. E pior... proibirem uma educadora de pagar essa dívida do próprio bolso? Das duas uma, ou o problema do dinheiro é importante, ou então o problema é com a criança/ pais da criança em questão - pode ser simples embirração. Sei que há quem agora pense: mas Cláudia, imagina que se abre exceção para todos estes casos, que como sabes, serão cada vez mais... Tudo certo, se assim fosse, ninguém pagava nada a ninguém, mas não seria certamente o caso. Acho um exagero e uma falta de moral. Esta senhora, Conceição Bernardes é, para mim, imoral. Toda ela, o seu comportamento, a sua forma de pensar e, possivelmente, a sua forma de estar na vida. Ela não deveria estar naquele cargo, mas sim, numa gerência qualquer bancária, com risco dos clientes virem a perder os poucos bens que têm é certo. Mas uma coisa são os adultos, outra coisa, são crianças. E agora sim, digo... não me venham com o discurso de que nos dias que correm, quanto mais cedo aprenderem o custo da vida, melhor, porque estamos a falar de crianças, não de cifrões ou de euros. 

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