August 27, 2009
BY Cláudia Paiva Silva 1
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Francisco Pinto Balsemão
2 weeks ago
Se o primeiro fala do amor de D. Pedro e D. Ines de Castro, através da escrita de um autor francês/ egípcio, que nos transporta a páginas tantas para um segredo que um manuscrito contém (e em que nada está relacionado com a maior paixão conhecida que Portugal teve, com excepção do caso Lencastre-Samora), o segundo tem outras consonâncias. A Joia de Medina será por certo, o livro mais incompreendido dos ultimos tempos dentro do género jornalístico/pesquisa/romaceado, e porquê? Porque pega na história de vida do profeta Maomé, sim esse mesmo, a partir da "narração" de uma das suas muitas esposas, neste caso Aisha, a mais nova que se casou com ele aos 6 anos (na altura do matrimónio ele contava com 50 sendo o casamento consumado quando ela tinha 9). A Porto Editora recusou em 2008 em publicar o título baseando o critério de exclusão a partir de uma opinião extremamente desfavorável de um crítico literário. Resta a dúvida: se por motivos político-religiosos, o mesmo não foi publicado nos EUA e no Reino Unido, será que somos assim tão bons, ou temos críticos assim tão bons, para que o mesmo, cá em Portugal, não seja publicado? Pelo que pude começar a ler não será nem melhor nem pior que outro no mesmo género, e por outro lado não me parece grande ideia basearmo-nos nas explicações que supostos críticos têm desta ou daquela publicação: todos acham Lobo Antunes um espanto e, contudo, quero que me digam quantos dos seus ultimos 10 livros, vocês conseguiram ler e compreender... É que eu sou um bocado burra, bem sabem, mas ainda sei ler e escrever (prova dada através da quantidade de posts até agora publicados e livros até agora mencionados) e compreender as coisas e juro que há outras que não percebo.
Porque sou devota da Idade Média, tanto em termos de Historia Europeia, como na Historia do Médio-Oriente e porque, enquanto apreciadora em excesso do filme "Kingdom of Heaven" de Ridley Scott, acho que a verdade histórica deveria ser levada em consideração quando estamos a escrever guiões cinematográficos. Uma coisa é pegarmos em personagens reais e mudar-lhes algumas características de forma a serem encaixadas no ficcio-romance que a trama assim exige, outra muito diferente é estarmo-nos a borrifar para o verdadeiro conteúdo destas mesmas pessoas, ainda para mais quando existem inúmeros documentos que contam bem as suas vidas, os seus modos de pensar e de viver. Seria agradável se os argumentistas pegassem na História e a modificassem ao mínimo, mas quando a transformam de uma forma digna de dó, a coisa muda. O filme não deixa por isso de ser bestial, não deixa de não relatar toda a chacina que cristãos executaram durante a sua tentativa vã (diga-se de passagem) na conversão de muçulmanos. Não deixa igualmente de mostrar as tentativas de paz entre o Rei de Jerusálem, Balduíno III (incrivelmente interpretado debaixo de uma "máscara de ferro" por Edward Norton) e, o principal líder muçulmano, Saladino. Contudo a maioria dos factos são realmente inventados e a História desaparece entre aquela paixão e aquele ataque às caravanas. Muito sangue e morte para no fim percebermos que por muitas Cruzadas que se cruzem, Jerusálem será sempre muçulmana ou (agora) palestiniana, não interessando quantos judeus ou católicos lá vivam.E ainda...
Se William Wallace é mais que uma marca de whiskey e sim um dos bravos homens das terras escocesas que lutaram pela semi-independência a partir do domínio inglês, Lady Anne MacInstosh, não lhe fica atrás, ainda que a sua actuação ocorra uns séculos depois. A "cabra" escocesa, como ficaria conhecida, não teve medo de enfrentar um mundo de homens, política e guerra para demonstrar que a liberdade poderia ser atingida. Geóloga. Blogger. Aspirante a tudo o que é Cultura. Politicamente incorrecta. .