Se o primeiro fala do amor de D. Pedro e D. Ines de Castro, através da escrita de um autor francês/ egípcio, que nos transporta a páginas tantas para um segredo que um manuscrito contém (e em que nada está relacionado com a maior paixão conhecida que Portugal teve, com excepção do caso Lencastre-Samora), o segundo tem outras consonâncias. A Joia de Medina será por certo, o livro mais incompreendido dos ultimos tempos dentro do género jornalístico/pesquisa/romaceado, e porquê? Porque pega na história de vida do profeta Maomé, sim esse mesmo, a partir da "narração" de uma das suas muitas esposas, neste caso Aisha, a mais nova que se casou com ele aos 6 anos (na altura do matrimónio ele contava com 50 sendo o casamento consumado quando ela tinha 9). A Porto Editora recusou em 2008 em publicar o título baseando o critério de exclusão a partir de uma opinião extremamente desfavorável de um crítico literário. Resta a dúvida: se por motivos político-religiosos, o mesmo não foi publicado nos EUA e no Reino Unido, será que somos assim tão bons, ou temos críticos assim tão bons, para que o mesmo, cá em Portugal, não seja publicado? Pelo que pude começar a ler não será nem melhor nem pior que outro no mesmo género, e por outro lado não me parece grande ideia basearmo-nos nas explicações que supostos críticos têm desta ou daquela publicação: todos acham Lobo Antunes um espanto e, contudo, quero que me digam quantos dos seus ultimos 10 livros, vocês conseguiram ler e compreender... É que eu sou um bocado burra, bem sabem, mas ainda sei ler e escrever (prova dada através da quantidade de posts até agora publicados e livros até agora mencionados) e compreender as coisas e juro que há outras que não percebo.
Antonio Tabucchi
4 weeks ago
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