Retirado de 3º Trabalho Prático da disciplina de Ciclos Geoquímicos, Geologia e Recursos Naturais do 4º ano.
(avaliação de 16 valores)
Por Claudia Silva
Qualquer evento tectónico, que ocorra instantaneamente, tem como consequência principal o aumento da taxa de desgaseificação, uma vez que existe vulcanismo e metamorfismo intensos.
Neste aspecto, pode-se falar sobre a taxa de alastramento dos fundos marinhos a partir de uma zona central de rifte. De acordo com a figura 1 e figura 4, a variação do nível do mar, a área dos oceanos e a área dos continentes, dependem da pulsação tectónica, uma vez que à medida de um alastramento maior, o volume das cristas oceânicas sofre um empolamento, alargando-as, o que por sua vez, desloca grandes massas de água, responsáveis pelas transgressões marinhas. Como tal, a área continental diminui e a área dos oceanos aumenta, sendo ambos inversamente proporcionais.
Por outro lado, voltando à premissa inicial, à taxa de desgaseificação associa-se imediatamente a libertação de gases para a Atmosfera, entre os quais, CO2, extremamente importante e existindo em todos os reservatórios terrestres uma vez que é um dos principais elementos voláteis da Terra. Como se sabe, o aumento na Atmosfera deste composto, irá resultar no aumento da Temperatura global (a variação de Temperatura é proporcional ao empolamento e contracção das cristas médias, logo à libertação de material mantélico), aumentando também o “efeito de estufa” do planeta, ao que se denomina por Aquecimento Global. Uma vez que a Temperatura aumenta, embora não seja um facto científico muito significativo, pelo que tal acontecimento responderá ao longo do tempo geológico (Milhões de Anos), poderá também provocar o degelo de calotes polares, contribuindo também para o aumento do nível médio das águas.
Será então lógico afirmar que na figura 2,a Atmosfera sofre um pico no instante tectónico, devido às emissões imediatas de gases. Contudo, também é o primeiro reservatório a diminuir a sua concentração em CO2, pois serão os Oceanos que irão receber a maioria dos produtos atmosféricos, bem como produtos continentais, funcionando com um sumidouro da Atmosfera. (Para este raciocínio ter-se-á mais à frente que mencionar a interligação deste gráfico, com o gráfico 3). Os Calcários, que se encontram como uma espécie de sub-reservatório nos Oceanos, também respondem com uma diminuição significativa da concentração em CO2, aumentando à medida, que as concentrações voltam a atingir os valores iniciais, correspondendo então ao reequilíbrio do sistema.
Contudo, estas variações só serão possíveis de explicar através do estudo da resposta dos Fluxos.
Como já foi visto, devido ao aumento de CO2 e outros gases na Atmosfera, a T aumenta. Sabe-se também que a um aumento de T, corresponde uma maior condensação de vapor, visto isto, pode-se afirmar que ocorre precipitação sob a forma de chuvas, neste caso, ricas em H2SO4, denominadas por chuvas ácidas:
Geologicamente, esta precipitação irá provocar a alteração das rochas, bem como da biosfera terrestre. No entanto, a meteorização (figura 3) das litologias será a responsável pelo remoção de CO2, que uma vez libertado irá, juntamente com outros produtos sedimentares, removidos por agentes de meteorização externos, ser transferido para os oceanos.
Como se sabe, a dissolução de gases nos oceanos superficiais (para onde primeiramente são lançados todos os produtos de meteorização), ocorre em águas frias. Assim sendo, podemos, após a precipitação dos carbonatos, verificar a sua dissolução. À medida que este processo se dá, a matéria superficial começa, por correntes convectivas oceânicas a aumentar a sua profundidade, ocorrendo o chamado downwelling, uma vez que a T atmosférica acabará por aquecer as águas superficiais, e a água fria, mais densa, terá obrigatoriamente que “descer”. Ocorrendo a dissolução, aumenta-se a alcalinidade nos oceanos, o que por outro lado, aumenta ainda mais a absorção do C atmosférico.
Os Calcários serão então primeiramente dissolvidos, como resposta à entrada de um grande fluxo de matéria carbonatada nos oceanos, o que provoca a diminuição observada primeiramente na figura 2, e devido à mistura de águas pela circulação oceânica, em latitudes equatoriais, onde a coluna de água aquece para maiores profundidades, acabarão por sofrer upwelling, sendo substituídos pelos sedimentos provenientes do downwelling (aumento de concentração do reservatório 2). Assim, pode-se verificar que ocorre uma circulação de material carbonatado nos oceanos, a qual está dependente do input nas águas superficiais e do output através da dissolução dos carbonatos do reservatório Calcários dos fundos marinhos.
A Sedimentação que se verifica na figura 3, atinge um pico após o efeito de meteorização, diminuindo logo a seguir, pois revela a interacção das águas oceânicas superficiais, com as profundas, bem como o fim da actividade vulcânica e consequente acidificação nas águas de precipitação (diminuição do efeito de meteorização).
Pode-se concluir que o reservatório que volta mais rapidamente ao estádio inicial é a Atmosfera, (tempo de resposta proporcional à dimensão do reservatório), mas o que sustenta o reequilíbrio do sistema após o pico tectónico, será o Oceano, pois será nesse reservatório, dependente das reacções externas, que se dará a circulação de carbono, juntamente com o reservatório Calcários, de grande dimensão, reajustando os níveis da concentração do composto na Atmosfera terrestre. Este reequilíbrio dá-se após 3.0 Milhões de Anos do início da simulação.
(à espera das figuras....)