Se fosse vivo, faria hoje 60 anos. O problema é não estar vivo.
Decorre neste preciso momento uma homenagem a um dos maiores cantores/ compositores/ showbizman de sempre, e podem bem cá vir falar do John Lennon, do Bob Dylan, do Jim Morrison e outros que tais, que hoje, não vale mesmo a pena.
Nem de propósito, faz agora 10 anos que eu, na altura pré adolescente de borbulhas no nariz, comecei a interessar-me pelos Queen. Por ouvir na rádio ou por influências paternais? Ambas as hipóteses seriam erradas. Ao contrário, qual paixão avassaladora me tocou, igual às que aconteciam às meninas da minha idade e fui logo gostar de um rapagão (na época o rapaz era mesmo alto, para os seus 16 anos... como eu me lembro das coisas) que andava no 9º ano. Ora, como não interessa, ou pelo menos ficará para outra ocasião, mas vim a saber que o dito era grande fan do Freddie e dos Queen. Ora, eu, louquinha com a paixoneta, fui logo tratar de adqurir uma cassete (sim, cassete, ainda tenho muito disso) do album Made in Heaven.. e, tendo sido influenciada por um rapaz que nunca cheguei a conhecer pessoalmente, ou não, apaixonei-me na verdade pelo que ouvi.
Lembro-me embora mais vagamente de ver e ouvir a notícia do seu falecimento na televisão, e que no mesmo dia, acho eu, fizeram um especial sobre a sua vida. Portanto, de alguma forma, isso ficou-me na cabeça, mas foi preciso um fulano qualquer despertar-me a atenção para um dos fenómenos musicais que ficarão na história.
Morreu vítima de uma doença oportunista, Pneumonia, devido ao facto de ter contraído VIH e consequentemente, ter progredido para SIDA, numa época em que a prevenção não era o que é hoje, e a doença concentrava-se só ou quase só na comunidade gay. O próprio admitiu que foi bastante promíscuo, mas que isso não o impedia de viver como gostava.
Pergunto-me se, eventualmente, ele não tivesse morrido, se não se tivesse criado este mito em torno do homem mortal, continuaríamos a falar dele e dos Queen com o mesmo fervor, com a mesma vontade e gosto.
Eu acho que não. Sabem, existem pessoas que passam nesta vida a correr, exactamente para marcarem esse efeito nas outras pessoas. Exactamente para se tornarem mitos de várias gerações.
O Freddie era e ainda é um desses corredores.
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