Este artigo que junto em link é bastante interessante sobre os dois maravilhosos conceitos que infelizmente tive de aprender nos últimos 3 anos. "Ghosting" que eu desconhecia, porque, sabem, sou uma rapariga da velha guarda que acha que "acabar com alguém" implica pelo menos uma conversa básica, e não, como de facto agora parece ser sempre o caso, desaparecer sem deixar grandes rastos (fora as pegadas digitais), deixando simplesmente de responder a mensagens, a telefonemas, ao longo primeiro de dias, depois, semanas, e por fim, meses. Ok, isso seria óbvio a quem, como no meu caso, fica na dúvida do que afinal pudesse ter acontecido. Contudo, a parte perturbadora do segundo conceito que SÓ HOJE aprendi, embora o tivesse vivido na altura do "ghosting", é o "orbiting". Basicamente, a personagem desaparece, mas não totalmente, porque não corta o contacto de forma definitiva e radical, uma vez que não só não se digna a explicar a razão do afastamento, mas, também não bloqueia, não "desamiga" (claro que estamos a considerar as relações modernas que são igualmente alimentadas por interacção via redes sociais, telemóveis (sms), etc), e PIOR... LÊ, VÊ, TUDO, MAS TUDO, o que lhe escrevemos. Porque, lá está, como, o nosso lado, está ou é tão estúpido, ou cego (sim, porque definitivamente não sabemos como lidar com o sentimento e a situação e começamos a achar que o problema é nosso), insistimos no erro, não é? O que leva alguém a fazer isto a outra pessoa eu não sei. Mas sei que psicologicamente afecta tanto quem sofre, mas claramente indica um grave distúrbio de quem o pratica. Não é algo que eu possa considerar normal e é, sem sombra de dúvida, uma espécie de violência durante um relacionamento. Contudo... também há a outra parte que é TÃO ÓBVIA: "There is no shame in prioritizing your mental health, and it’s honestly destructive to be ignorant of how much social media bullshit can affect your mental state. It’s stupid, but it’s reality." Que tal sermos nós, por muito que nos custe, a meter o travão na história? Certamente que não somos os culpados pela infantilidade do outro (ou outra), mas a partir do momento em que nos deixamos consumir por isso (especialmente quando pensamos que se eles lêem os textos mega longos é porque ainda estão interessados - por favor!!!!) estamos nós a ficar infantis, parvos, e outros adjectivos menos próprios. Há sempre forma de controlar a coisa, porque se é uma quase questão de Poder, então nós é que podemos fazer algo: bloqueamos nós, afastamos para sempre esses fantasmas que ainda orbitam as nossas vidas.. e, tal como no filme Poltergeist, também mencionado neste artigo, podemos finalmente respirar fundo e dizer: "This house/head/phone is clean!"
Antonio Tabucchi
4 weeks ago
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