O tal curso que mencionei atrás foi sobre Estratigrafia sequencial, ou seja, o estudo da sequência na deposição de camadas/ estratos de sedimentos. Parece à partida uma coisa relativamente acessível: saber se foi primeiro, se foi depois, quando foi, se está mais à frente que o outro o vice-versa, associado ao tipo de ambientes deposicionais: um sistema fluvial (rios e planícies de inundação) tem uma sequência diferente do que um sistema deltaico (deltas de rio), que costuma ser dependente das marés, do fluxo que o rio tem, do declive da região, etc.. Não é simples. Era bom que fosse simples. E para quem trabalha no mundo dos petróleos, como eu, menos simples se torna. Quanto mais ao detalhe estudamos estes ciclos deposicionais, mais confusos ficamos. Ao princípio. Ajuda muito se tivermos exemplos de campo, ou seja, rochas onde possamos ver aquilo que estudamos da teoria: antigos canais de escorrência, estratos sedimentares (sequências) de transgressão (subida do nível do mar) ou regressão (descida do nível do mar), figuras sedimentares várias que nos permitam identificar até o tipo de ambiente (estruturas produzidas por organismos, estruturas rochosas que nos confiram o sentido das correntes), etc.. Foi o caso em Santa Cruz, mas como estava da forma que estava, aliado ao facto de não ter percebido a teoria (que por sorte e coincidência andava a ler há já umas semanas por motivos diferentes) só podia ter corrido mal. O mau feitio instalou-se, a desilusão e irritação por não estar a perceber aquilo também... foi o caos! E, pelo que pude perceber, não fui a única a não compreender nada (o que não me deixou mais feliz, muito pelo contrário)... Foi um autêntico tiro no pé ao ponto de ter desejado por várias vezes (e este motivo também foi factor FORTE!) de nunca lá ter estado. Foi daquelas saídas que não me satisfez nem em termos pessoais e muito menos em convívio. Se não me sentia bem, pouco importava o resto...
Antonio Tabucchi
4 weeks ago
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