Tuesday, July 26, 2011
Sunday, July 24, 2011
Saturday, July 23, 2011
Monday, July 11, 2011
Há quem fale dos sons de África, há quem mencione os cheiros e sabores, há quem conte do odor da terra, da Saudade do Além-Mar. Eu falo do pouco que posso conhecer e ver pelos dedos, mãos, punhos dos outros, pelas paisagens que filmam e pelas imagens que gravam para sempre no arquivador da Memória, no fundo do Ego de cada um. É das imagens que vos quero contar então. Das fotografias que possuem vida para além do breve instante em que os retratados deram o melhor de si e nós, que os retratamos, o aceitamos de bom grado. É das imagens coloridas de crianças com sorriso rasgado e olhar triste que aqui falo. De putos que não têm escolas inteiras, nem cadernos, nem canetas, a quem lhes falta de tudo, mas não a vontade de aprender, de voarem mais longe; a quem não falta a dignidade e a coragem de, enquanto seres-humanos, quererem mais contentando-se com o pouco que possuem.
São as cores dos trajes, misturadas com as da terra vermelha e paisagens com céu imenso, que me emocionam e me levam a tirar das fotografias do Vasco, mais do que aquilo, que eu, moça da senzala grande, na realidade mereço. Fotos puras, honestas, feitas de forma quase que ocasional, diria. Mas de uma intensidade tão grande que praticamente nos conseguem ofuscar, quanto mais não seja pela verdade que nos mostram. Que não existem coitadinhos, que existem por sua vez criaturas do Universo, como qualquer um de nós, que são apenas Luzes para darem sentido às vidas patéticas e vazias dos outros, preenchendo espaços e poros há muito tempo vagos. Por isso falei em “tirar” mais do que mereço. Espero não ser a única.