Conheci uma rapariga que trabalhava numa empresa. O seu cargo, embora fosse estagiária, exigia alguma responsabilidade e, embora não estivesse segundo um regime de exclusividade absoluta, a sua posição implicava uma certa seriedade. Um belo dia ela decidiu concorreu a um casting de televisão, como figurante para uns anúncios, onde um deles implicava trabalhar com o rosto e cabelo, porque realmente eram ambos uma coisa fora do comum. Não tardou que os colegas soubessem e a apoiassem, até mesmo os chefes e directores de departamento. Ingénua, ela foi ao estúdio, perdeu 1 dia de trabalho, mas o resultado foi compensador. Ficou giríssimo e ela, mais gira ainda. O tal comercial televisivo começou a circular e, todos os colegas a felicitavam pelo assunto, até que começou a morrer por perda de interesse. Yesterday's news are old news. Até ao dia...
Um dos administradores chamou-a à-parte para uma conversa supostamente cordial e simpática. Revelou-se, no entanto, perturbadora: a imagem da rapariga, que poucos (somente os colegas) conheciam, não estava em consonância com a empresa em si e com os objectivos para os quais ela tinha sido destacada. Ser modelo não estava no seu CV e, concerteza não era por isso que ela tinha entrado no estágio, mas sim pelo seu trabalho anterior. Foi imediatamente despedida, sem apelo nem agravo, por falta de ética profissional. A sua imagem prejudicava uma empresa séria, que se queria competitiva e líder do mercado. A sua presença assídua nos intevalos publicitários apenas chamariam a atenção para algo que não era suposto estar associado ao trabalho.
Em resumo: mais vale estar sossegada do que nos metermos em sarilhos, por muito boa que seja a intenção das outras pessoas.