Segundo as novas regras, é proibido fumar em espaços públicos fechados. Claro que existem outras interpretações, mas o essencial é isto. Não se pode fumar em locais onde se encontrem uma quantidade de pessoas considerável, bem como não sejam ventilados, ou tenham um local específico e apropriado para o consumo de tabaco.
Há, no entanto, quem ache, tal como na história do Aborto, que as regras não são bem assim, e há que ser radicais. Se em relação ao Aborto a questão era de Educação Sexual, que nem sequer foi considerada em debate, a questão que aqui se coloca, é mais afirmação perentória: Quem está mal que se mude. Se não quer ser incomodado pelo tabaco/ fumo dos outros, tem bom remédio, retire-se. Restaurantes, bares e discotecas? Desculpem lá, mas só vai quem quer. E como a maioria das pessoas que quer ir, fuma e bebe, todas as outras, também em maioria mas que não fazem nem um, nem outro, nem ambos, também não devem sequer se aproximar das vizinhanças das chaminés nocturnas. Por mim é-me igual. Não fumo, e, realmente, se as minhas amigas e amigos que o fazem, querem fumar nos locais próprios para tal, aqui a je, ou se retira, ou se deixa ficar, porque aí sim, a decisão já é minha. Ao ver o Prós e Contras de hoje, 21 Janeiro, fico com a ligeira sensação de que não tarda, volta tudo como antes. É que para além do radicalismo do "quem não está bem que se mude", chegou-se ao ponto de comparar a questão do quem deve entrar ou não nos estabelecimentos, com a presença de crianças nos mesmos espaços. Ou seja, disse-se que as crianças são como o tabaco. Tal como existem locais onde fumadores não entram, então as crianças (bebés, traquinas, etc.), também não devem entrar em certos lugares, como restaurantes, por exemplo. Juro que ouvi e vi uma senhora (também a favor da Lei do Aborto, mas daquela ala extremista), a dizer que as crianças incomodam os adultos. Se os pais querem sair, então que saiam, mas deixem as crianças ou em casa, ou à porta do estabelecimento, porque estas incomodam e de que maneira os outros adultos, mentalmente saudáveis (só podem para pensar assim), do seu sossego e tranquilidade. É duro ser-se criança em Portugal, é duro fumar em Portugal, é duro não ser fumador em Portugal. Acho que em relação às crianças, é uma técnica a aplicar e que já surtiu efeitos no nosso piqueno país. Na verdade, os pais de Maddie foram os primeiros a implantar o método de "criança não entra" e o resultado foi aquilo que se tem visto. Para todos os efeitos, eu encontro na nova Lei uma medida interessante de forma a proteger quem quer e quem não quer fumar (embora quem fume pense exactamente o contrário; também é verdade que a Lei não proibe ninguém AINDA de o fazer....).