A arte de estar "analgesicada" - Cláudia Paiva Silva

Sunday, November 25, 2007

A arte de estar "analgesicada"

Pois bem, já não me bastaram os indícios de depressão por amizades não correspondidas pela minha parte, na quinta-feira, a frequência de Matemática, na sexta, que, nesse mesmo dia D, não na hora H (ver posts anteriores), mas às 06.00, acordasse sobressaltada com uma dor reflexa no baixo ventre esquerdo, tipicamente associado a uma crise renal, devido a entupimentos dos canais do rim, devido à presença de areias ou pedra. Fiquei doente! Não pela dor em si, cuja terapeutica, para além de ter de ir para o hospital o mais depressa possível, eu já a conheço, mas pelo timing da coisa. Logo no dia da frequência de Matemática, que eu sabia que me poderia correr bem (por acaso mostrou-se bem mais lixada, mas acho que deu para safar!!). Disse para a minha mãe (amiga, salvadora, saco de porrada verbal e psicológica): "Eu saio do hospital,-(felizmente fui atendida assim que lá cheguei, e estou a referir-me ao Amadora-Sintra),- vou a casa dormir qualquer coisa, e à tarde, vou para Lx, fazer o teste!" E fui e fiz! 3 horas mal sentada, curvada para a frente, sem comer e só com os medicamentos no estomago. Estar-se "analgesicada" requer alguma arte e perícia. Temos que aguentar no nosso interior todas as toneladas de remédios e analgésicos para evitar o horror: a dor. Eu não tenho inimigos. Dou-me mal com as pessoas, mas devido ao mau-feitio. Nunca desejaria estas dores a ninguém. E quando dizem que são parecidas com as dores de parto, também arrisco: não desejo dores de parto a ninguém; Epidural ou nada OK??? Então, voltei a casa depois de um teste que correr assim-assim. Nem cá estive 1 hora, e fui novamente levada para o hospital. Desta vez cheguei lá e a situação não era bem a mesma que a da madrugada anterior. Estavam lá pessoas desde o meio dia que ainda não tinham sido atendidas, e já eram 22.00. Eu, como "repetente" tive direito a ser logo chamada. E logo atendida, e passada hora e meia voltei a casa, ainda a tempo de ver, outra vez mais "analgesicada", a Anatomia de Grey na FoxLife. Resultado: estar "analgesicada" tem o seu Q de "noblesse oblige"; ontem, sábado tive todo o dia, tonta e mal disposta. Deitei-me a pensar que deveria tomar mais comprimidos, deitei-me enervada, deitei-me com medo. E hoje acordei bem disposta. Bom, dentro dos possíveis. O meu médico de nefrologia é que diz: isso não é doença Claudia! Isso não é doença!

No comments: