... mas quando sou eu a dizer a amigos, mais novos ou mais velhos, mas desempregados que o melhor que têm a fazer nos próximos tempos é tentarem trabalhar fora (estrangeiro), a resposta é sempre muito positiva, num "sim, tem mesmo de ser, é a única opção e Portugal não tem forma de nos manter, ou vice-versa". Contudo, quando é o PM, as reacções são de uma agressividade plena, como se de repente ele não tivesse alguma (senão toda) razão. Mário Nogueira, ao seu bom estilo comuna-sindicalista, responde que se calhar o PM é que deveria emigrar. Se calhar, o Sr. Mário Nogueira, tem também a sua razão. Acho que o Governo deveria imediatamente pedir a resignação, só mesmo para que eu pudesse assistir à hecatombe política que logo a seguir iria ocorrer. Mas a sério, vão-se lá embora, que eu quero ver como é que os substituem, como é que lidam com a impiedosa troika, como é que vão tornar isto tudo mais fácil, mas rentável, com dinheiro para todas as reformas, todos os salários, e ainda sobrar para pagar as dívid... ahp, mas que estupidez a minha. É verdade.. As dívidas são são para se pagarem, isso são coisas de crianças e devem apenas e só gerem geridas. Por isso é que eu posso ficar com a Luz e a Água por pagar todos os meses, porque não me ameaçam com processos de corte, nem nada. Apenas ajudam-me à gestão das dívidas. Enfim, estou a afastar-me do assunto principal. Estava então a dizer que se fosse eu (que falo e escrevo de barriga cheia, porque não obstante, estou a trabalhar no privado) ninguém levava a mal, mas quando são pessoas que sabem realmente o quão horrível isto tudo se irá tornar, é um sarilho, um problema, uma cambada de mentirosos que nem sequer querem portugueses a trabalhar em Portugal. Claro que nem todas as profissões são compatíveis com os critérios lá de fora. Pois, sabemos isso quando vemos os Engenheiros (à séria, porque na ex- URSS eles não brincam com o Ensino), e os Médicos, da Europa de Leste a trabalharem na construção civil. Víamos, que esses entretanto foram embora, deixando cá apenas e só os mafiosos. Contudo, temos de partir pedra. É realmente fácil estarmos em casa dos pais, na zona de conforto, sem nos preocuparmos com pagamentos e problemas financeiros. Eu, desde que comecei a trabalhar e ainda enquanto bolseira, tudo o que ganhava era para entrar no orçamento caseiro, e assim continuo. Mas garantidamente e não digo isto da boca para fora, se não estivesse (como felizmente estou) a trabalhar em Portugal, já tinha partido para além-mar. Custasse o que custasse, tivesse que deixar para trás o que tivesse de ser, mas ir-me-ia embora. Não podemos dar ao País aquilo que o País não nos pede, não nos oferece e, nem tem condições para nos dar em troca. Pensem nisso antes de atirarem pedras a quem quer que seja. Se ele tem razão, tem, se ele poderia ter dito de outra maneira? Também, mas não disse, so deal with it!