Eu não bebo, mas sofro ressaca pelos que o fazem. Eu não fumo, mas tenho problemas de respiração pelos outros. Eu gosto dos Classificados () mas vejo James Blunt à pala deles. E nunca pensei que o conseguisse fazer. Ainda pensei que ontem à noite a Praça de Touros do Campo Pequeno não enchesse, até porque, a 1ª parte, que coube à banda portuense mencionada acima, estava bastante morta, com excepção de algum pessoal que, tendo ganho à pala de um passatempo bilhetes para ir ver aquilo tudo, estava a gritar e a cantar em plenos pulmões as canções que se passeiam pelas rádios nacionais e não só. Depois pensei que deveria ficar por ali (frente do palco) para apoiar psicologicamente o rapaz com voz esganiçada, uma vez que aquilo não havia maneira de ficar composto. Esqueço-me sempre que o publico portugues não gosta de bandas nacionais, e, como tal, estava mesmo à espera que as luzes se apagassem para entrarem em cena, juntamente com James e su pandilla. Ora, já que estava mesmo ali em frente, que me deixasse ficar. Conheci afinal gente porreira do Norte e porreira do Sul, e, tendo confirmado que James Blunt deve, de quando em vez, ser atormentado por algum diabo (bastava ver a cara de sofrimento do homem ao cantar, ou então os olhares lascivos e assutadores que nos lançava), também fiquei com a impressão, ainda não muito bem definida que ele, dá um show do caraças. Presumo que o pessoal que tivesse ficado sentado fosse maior de 40 anos, pois à minha frente estava uma senhora com os seus 50 e respectivo marido que saltava a páginas tantas (isto para provar que a idade não tem nada a ver. Eu tive ontem à tarde um exame na faculdade durante 3 horas, ainda vim a casa e voltei a Lx, acabando por ficar partida para o resto do fim de semana. E tenho 24 anos. E não saltei, e não pulei e, sinceramente, também não cantei, porque do sr. Blunt não conheço praticamente nada!), mas aquilo que me impressionou, foi que essas pessoas estavam saltadas e continuaram sentadas, mesmo quando o James pedia, mas pedia mesmo!, para que se levantassem. Bom, valeram-lhe os coros, porque se há coisa que nós gostemos de fazer é cantar com os artistas. E diga-se de passagem, ouvi melhor o pessoal à minha volta do que qualquer palavra vinda do palco, o que é mau, porque supostamente a acústica deveria ser boa. Ainda deu para gozar um bocado, mas fiquei assustada quando dei por mim a gostar de algumas canções e, quando dei por mim a retribuir o olhar lascivo ao sr. Blunt. O que vale é que o meu coração bate por e em outras terras, não vá alguem pensar que fiquei pelo beicinho. Nada disso! Mas até gostei de ouvir o 1973. (Gostei de ouvir quase todas, mas esta é a unica que me lembro do nome, sem contar com aquela do You're Beautiful...). Valeu a pena, porque, foi giro, o pessoal era porreiro, nem se esperava outra coisa, porque a 1ª parte foi muito boa, e James Blunt foi um espectáculo!