James Bond is dead. God save Daniel Craig! - Cláudia Paiva Silva

Wednesday, October 20, 2021

James Bond is dead. God save Daniel Craig!

"Does it bother you?" Nomi

" Nope. It's just a number." Bond

Existe, neste último filme da saga com Daniel Craig, uma série de diálogos que tornam a inevitabilidade de um final de ciclo, algo difícil de contornar. Se alguns críticos presumem a presunção que No Time to Die de longe será a melhor história desde a nova incursão pelo mundo de 007, não há quem duvide que a humanidade e sensibilidade apresentadas 15 anos depois pela personagem principal resulta exatamente da sua evolução enquanto homem que vai descobrindo mais sobre si mesmo e sobre os que o rodeiam. É precisamente essa a fórmula de NTtD - um Bond mais velho, mais experiente, que aprendeu à força de vários erros e mortes (realmente importantes para a sua vida) o que pretende. No final do dia, apenas e só uma casa à beira mar, e, quem diria, o Amor. 

Aludindo e prestando a devida homenagem aos clássicos, este 007, guardado na gaveta devido à pandemia, sem que fosse revelado qualquer pedaço de argumento, apenas pede, mais do que nada, tempo para viver. Não deixa por isso de, não entrando na margem de spoiling, ser no mínimo irónico este ser o desfecho de Craig enquanto agente do MI6. Onde alguns se indignam ao tal sentimentalismo outros vêem a mudança necessária para que entre em cena outro ator ajustado a um novo Bond, a um novo papel (está mais do que visto que uma mulher não poderá ser a agente mais famosa do mundo - não por falta de capacidades, mas sim porque algumas coisas não ganham qualquer sentido em serem alteradas), possivelmente criando o próximo James Bond em algo mais frivolo ou alheado, algo mais perto do que foram os "antigos" Bond's. Sem dúvida que Craig teve a tamanha sorte de ter entrado neste jogo de poker onde martinis são servidos entre pingos de chuva numa época em que quase todas as personagens do universo cinematográfico eram analisadas à lupa psicológica e, por isso claro, existe até uma certa semelhança entre o passado de Bruce Wayne (Batman) e do próprio Bond, revelado em Skyfall. 

Coloca-se contudo neste último apontamento, o fim não apenas de um ator, mas sim de vários outros - e uma vez revelado o twist nesta história parece-nos fazer todo o sentido. É a tal inevitabilidade que para um novo começo é necessário intrinsecamente um fim. 

Talvez sim, não seja o melhor filme da saga Bond/Craig para alguns, mas é sem dúvida um fim em grande para o ator que se prestou à interpretação durante anos, e que, qual Tom Cruise, se deu também a realizar as suas próprias cenas de ação e sofrendo os resultados dessas mesmas proezas. Um fim onde deveria haver mais tempo para viver e onde não deveria de todo coexistir o tal tempo de morrer, mas que nos deixa a certeza que este específico legado irá ser perpetuado por futuras gerações. 

Noutro campo, fora do contexto anterior em que menciono a narrativa de NTtD, pessoalmente tenho sérias dúvidas que as próximas histórias consigam prender tanto como esta dupla Bond/Craig. James Bond may be dead but God save Daniel Craig!


There are, in this last film with Daniel Craig, a series of dialogues that make the inevitability of a cycle end, something difficult to overcome. While some critics presumptionly assume that No Time to Die will not be by any chance the best story since 007's latest foray into the world, there is no doubt that the humanity and sensitivity shown 15 years later by the main character is precisely the result of his evolution as a man who discoveres more about himself and from those around him. That's precisely NTtD's formula - an older, more experienced Bond who has learned in the worst way, from several mistakes and deaths (truly meaningful in his life), what he genuinely wants. At the end of the day, a simple house by the sea, and, guess what, love.

Alluding and paying due homage to Bonds' movie classics, this 007, kept in a drawer due to the pandemic, and without any bit of argument being revealed, just asks, more than anything, time to live. However, not wanting to enter the spoiling margin, it is at least ironic that this is Craig's outcome as the MI6 agent. Where some can feel indignant at such sentimentality, others look at it as the necessary change for another actor to enter in scene, adjusted to a new Bond, a new role, (it is quite obvious by now, that a woman cannot be the most famous agent in the world - not because lack of capabilities, but rather because some things don't make any sense when changed), possibly creating the next James Bond into something more frivolous or aloof, something closer to what the "previous" Bond's were. No doubt Craig was very lucky to have entered this poker game, where martinis are served among raindrops, at a time when almost all characters in the cinematographic universe were analyzed with a psychological magnifying glass, resulting even in a certain similarity between the past of Bruce Wayne (Batman) and Bond himself, as revealed in Skyfall.

However, in this last appointment, its not only the end of one actor/character, but of several others -  once the twist in this story is revealed, it all seems to make perfect sense. It is the inevitability that for a new beginning, an end is intrinsically necessary.

And probably yes, it's not the best movie in the Bond/Craig saga for some, but it's undoubtedly a big ending for the actor who has lent himself to acting for years, and who, like Tom Cruise, has also given himself to directing his own action scenes plus suffering the results of those same feats. An end where there should be more time to live and where such time to die should not coexist at all. However, it also gives us the certainty that this specific legacy will be perpetuated for future generations.

On the other side, excusing the previous context in which it's mentioned the NTtD narrative, I personally have serious doubts that the next unfold stories will be able to capture fans as much as this Bond/Craig duo did. James Bond may be dead but God save Daniel Craig!

No comments: